Juliet, Nua e Crua

- Direção: Jesse Peretz
- Duração: 105 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Estados Unidos
- Ano: 2018
Resenha por Dirceu Alves Jr.



O romance mais conhecido do inglês Nick Hornby rendeu um filme homônimo, Alta Fidelidade, e até peça teatral brasileira, A Vida É Cheia de Som e Fúria, que revelou o diretor Felipe Hirsch, em 2000. Nova adaptação de uma de suas obras, a comédia romântica Juliet, Nua e Crua reforça o conceito geracional, no caso o daquela turma que cresceu ouvindo discos, cultuando ídolos e, por vezes, esqueceu de tocar a própria vida. A trama gira em torno de três personagens, fracassados por natureza e anestesiados para pensar em uma segunda chance. Annie (papel de Rose Byrne) estudou arte em Londres e acabou funcionária da prefeitura de uma cidade do interior. Ela é casada com o professor universitário Ducan (o ator Chris O’Dowd), um cara fanático, que pensa dia e noite em Tucker Crowe (interpretado por Ethan Hawke), roqueiro alternativo, que estourou no começo da década de 90 e desapareceu há mais de vinte anos. O acaso põe Annie e Crowe em contato, e a vida do trio se entrelaça desfazendo fantasias, cicatrizando feridas e abrindo perspectivas. A trama nostálgica conquista o público, principalmente quando as contradições de Crowe começam a vir à tona. A direção, de Jesse Peretz, porém, é convencional e alivia o que poderia ser um retrato mais duro dos personagens em troca de uma leveza gratuita. Um exemplo é a falta de peso dramático na cena que deveria ser a mais forte do filme — a que explica o motivo pelo qual Crowe fugiu de seu último show —, rodada de forma narrativa e pouco densa (Juliet, Naked, EUA/Inglaterra, 105min). 12 anos.