Jorge Amado e Universal
Resenha por Jonas Lopes:
Poucas vezes uma
mostra do Museu da Língua Portuguesa conseguiu
abordar com tanta eficiência o universo
de um escritor — talvez a de Guimarães Rosa,
em 2006, seja a única comparável. Apesar de a
fórmula de recorrer a instalações audiovisuais e
interativas ter sido repetida, sobressai a cenografia criada por Daniela Thomas e Felipe Tassara.
Depois de apreciar um mural de azulejos
na entrada, o espectador passa a ter contato direto
com a obra de Jorge Amado (1912-2001):
monitores exibem trechos de romances consagrados,
enquanto caixas de som em bacias de
lavadeiras transmitem as mesmas passagens em
áudio. Nomes de personagens como Gabriela,
Quincas Berro d’Água, Tieta e Dona Flor aparecem
em 8.000 fitas do Senhor do Bonfim. Há
ainda uma seleção de edições estrangeiras e
núcleos dedicados ao engajamento político e à
mestiçagem na produção do autor. Artistas plásticos,
a exemplo de Renina Katz, Calasans Neto
e Carybé, apresentam ilustrações feitas para
seus livros. De 17/04/2012 a 22/07/2012.