JoJo Rabbit
- Direção: Taika Waititi
- Duração: 108 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Estados Unidos
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
JoJo Rabbit é o último candidato ao Oscar de melhor filme lançado nos cinemas — e também o mais fraco. Pode até ser considerado o Green Book deste ano: o público aprova, parte da crítica torce o nariz. E não sem motivos. Diretor e roteirista, Taika Waititi (de Thor: Ragnarok) leva às telas o livro O Céu que Nos Oprime e tem chance em melhor roteiro adaptado, mas faz uma indigesta mistura de humor e drama com um pano de fundo trágico: os horrores da II Guerra. O fofo Roman Griffin Davis é Jojo, um nazista de carteirinha que tem Hitler (papel do diretor) como seu amigo imaginário. Num campo de treinamento, o garoto “amarela” para matar um coelho e ganha o apelido de Rabbit. Embora a convivência com a mãe (Scarlett Johansson) seja amistosa, ele a reprova quando descobre que ela protege uma jovem judia (Thomasin McKenzie) num esconderijo na própria casa. Aos poucos, o menino vai se dando conta de que está do lado errado da história. Em tempos sombrios, com a extrema direita avançando em vários países (incluindo o Brasil), o filme desponta como um alerta sobre o fanatismo que leva ao preconceito, ao racismo, à exclusão. A ideia, em si, é relevante. O resultado, nem tanto. Situações de humor são forçadas para ridicularizar/estereotipar os nazistas e o drama chega de forma tão repentina que não emociona. JoJo Rabbit é um trabalho desconjuntado, no meio do caminho entre a sátira e a tragédia — e, por isso, não surte efeito. Direção: Taika Waititi (EUA/Nova Zelândia/República Checa, 2019, 108min). 14 anos. Estreou em 6/2/2020.