Isadora
- Direção: Elias Andreato
- Duração: 75 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Na cena final, a atriz Melissa Vettore, como a bailarina Isadora Duncan (1877-1927), evoca a cantora Elza Soares em uma citação à música A Mulher do Fim do Mundo. “Eu sou a mulher do fim do mundo, eu vou dançar, me deixem dançar até o fim”, diz ela, substituindo o verbo “cantar” original. A conexão se justifica pela linha adotada pelo diretor Elias Andreato, colaborador da dramaturgia concebida por Melissa, no desenho da montagem. Isadora, assim como Elza, surge como uma mulher libertária, sofrida desde a infância e que teve o talento reconhecido por explorar a intuição, permitindo que a emoção se sobreponha à técnica. A trama foca o ícone em uma fase decadente. De volta à França, depois de um período na Rússia, Isadora é procurada por um editor (Daniel Dantas) interessado em publicar suas memórias. Os dois estabelecem um jogo de provocações. A protagonista traz à tona a relação com os irmãos (Patricia Gasppar e Roberto Alencar), a busca pelo sucesso e a vida amorosa. O uso da entrevista como elemento narrativo não é original. Mas a energia do elenco, especialmente a de Melissa, emotiva na sua composição conquista a plateia, que também se surpreende com a encenação concebida por Andreato. Disposto a criar imagens, o diretor se apoiou no cenário de Marco Lima e nas projeções para complementar a biografia. O pianista Jonatan Harold executa a trilha ao vivo. Estreou em 20/5/2016. Até 27/11/2016.