Iberê Camargo – Um Trágico nos Trópicos
Resenha por Laura Ming
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![Objetos da infância estão entre os representados por Iberê, caso de Carretéis (1959) Objetos da infância estão entre os representados por Iberê, caso de Carretéis (1959)](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/objetos-da-infancia-estao-entre-os-representados-por-ibere-caso-de-carreteis-1959.jpeg?quality=70&strip=info&w=800&w=636)
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![Pessoas sem reação aparecem em telas como Crepúsculo da Boca do Monte (1991), do final de sua vida Pessoas sem reação aparecem em telas como Crepúsculo da Boca do Monte (1991), do final de sua vida](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/pessoas-sem-reacao-aparecem-em-telas-como-crepusculo-da-boca-do-monte-1991-do-final-de-sua-vida.jpeg?quality=70&strip=info&w=800&w=636)
A retrospectiva é a primeira mostra em comemoração ao centenário do melancólico Iberê Camargo (1914-1994). Na seleção, focada em seus últimos cinco anos, há 145 obras produzidas entre as décadas de 40 e 90. Sua desilusão com a vida fica clara na série As Idiotas, exposta no 3º andar, o mais impactante de todos. Nela, personagens em tons roxos, de corpo caído e expressão débil, são retratados em fundos de cores semelhantes. Impressiona a escala das telas, considerando que Iberê beirava os 80 anos na época — As Idiotas (1991), por exemplo, tem 2,5 metros de largura. Seus carretéis também estão lá. A sobreposição de tintas marrons, cinza, brancas e pretas faz com que as formas só sejam perceptíveis devido à força das pinceladas. No subsolo, encontram-se rascunhos e gravuras, um passeio pelo processo criativo de um artista genial e solitário, que entrou para a história isolado em seu ateliê. De 3/5/2014 a 7/7/2014.