Hotel Mariana
- Direção: Herbert Bianchi
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: Livre
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Em 5 de novembro de 2015, o rompimento de uma barragem de rejeitos minerais cobriu de lama a cidade mineira de Mariana. Os moradores dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo foram os principais atingidos pela tragédia que deixou dezenove mortos e centenas de famílias desabrigadas. O espetáculo Hotel Mariana, idealizado e produzido pelo ator Munir Pedrosa, leva em tom de documentário cênico essa história ao teatro. A montagem dirigida por Herbert Bianchi, porém, prioriza as palavras através da técnica batizada de verbatim. Os dez artistas entram em cena com fones de ouvidos e se sentam diante da plateia com a expressividade e a emoção de intérpretes, mas reproduzem com fidelidade o que escutam. São depoimentos gravados em Mariana com os sobreviventes em relatos que vão do desespero ao conformismo, da falta de esperança à necessidade de superar os imprevistos. Entre eles estão um ativista ambiental, a mãe que perdeu os filhos, uma criança, uma aposentada e até um herói capaz de salvar vítimas. Os atores apresentam diferentes rendimentos, tendo em vista que dependem do impacto das narrativas. Rodrigo Caetano reafirma versatilidade, enquanto Rita Batata comove pela economia e contrasta com Pedrosa, mais expansivo. Com Anna Toledo, Bruno Feldman, Clarissa Drebtchinsky, Fani Feldman, Isabel Setti, Letícia Rocha e Marcelo Zorzeto. Estreou em 6/5/2017.