Horacio Coppola
Resenha por Jonas Lopes
Morto há um mês, aos 105 anos, o fotógrafo argentino tem um lado menos popular de sua produção explorado nas 81 imagens de Luz, Cedro e Pedra. A mostra reúne uma série registrada em 1945 nas cidades históricas de Minas Gerais. Ali, ele focou um tema específico: as esculturas de Aleijadinho em Sabará, Ouro Preto e Congonhas do Campo. Expoente do modernismo latino-americano, Coppola sobressaiu pelos flagrantes urbanos de Buenos Aires. Esses trabalhos modernistas revelam a atenção aos aspectos geométricos da cidade, reflexo do período passado pelo artista na Alemanha. Entre 1932 e 1933, ele estudou na cultuada escola fundada pelo arquiteto Walter Gropius, a Bauhaus, onde conheceu a primeira esposa, Grete Stern, posteriormente celebrizada pelas fotomontagens surrealistas. Fugindo da ameaça nazista, o casal veio para a América do Sul em 1935. Dez anos depois disso, Coppola visitou o Brasil para realizar o conjunto agora exibido. As figuras esculpidas pelo gênio do barroco, de fato, surgem quase como personagens nos retratos. É impossível não ficar tocado com a serenidade de São João Evangelista Adormecido ou por três Cristos, dois deles crucificados e o último com a coroa de espinhos. Não ficaram de fora os imponentes doze profetas do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo. De 18/07/2012 a 11/11/2012.