Gritos e Sussurros
- Direção: Ingmar Bergman
- Duração: 91 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Suécia
- Ano: 1972
Resenha por Tiago Faria
De volta a São Paulo em cópia restaurada, Gritos e Sussurros é daqueles clássicos que, contra todos os efeitos do tempo, continuam perturbadores e provocativos. Em 1972, o drama causou choque e admiração tanto pelo impacto visual da fotografia de Sven Nykvist — um trabalho antológico em tons de vermelho, branco e preto — quanto pela forma impiedosa como o mestre sueco Ingmar Bergman filmou os segredos e os desejos (reprimidos ou não) de quatro mulheres. São variadas as interpretações psicanalíticas para a trama sobre os últimos dias de Agnes (Harriet Andersson), acamada em uma mansão rural sueca na virada do século XIX para o XX. Sob os cuidados da empregada Anna (Kari Sylwan), ela recebe a visita de suas duas irmãs ricas (Ingrid Thulin e Liv Ullmann). A narrativa desvela com extraordinária precisão, cena a cena, detalhes sobre o passado e as verdadeiras intenções de cada uma das personagens. Anos depois do lançamento, Bergman referiu-se ao longa como um dos pontos altos de sua carreira. Indicado a cinco estatuetas do Oscar em 1974 (entre elas, melhor filme e diretor), ficou com o merecidíssimo prêmio de fotografia. Reestreou em 28/4/2016.