Grace de Mônaco
- Direção: Olivier Dahan
- Duração: 103 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: França/EUA/Suíça/Bélgica/Itália
- Ano: 2014
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Quase tudo conspirava a favor: a direção de Olivier Dahan (de Piaf), a fotografia de Eric Gautier (Diários de Motocicleta) e, vá lá, a presença de Nicole Kidman numa cinebiografia da atriz e princesa Grace Kelly (1929-1982). Mas Grace de Mônaco promete mais do que cumpre. Entre 1961 e 1962, a protagonista, já casada com o príncipe Rainier (Tim Roth) e ainda querendo voltar a atuar (ela havia sido convidada por Hitchcock para estrelar Marnie, Confissões de uma Ladra), encarou um desafio para ajudar o marido. A França de Charles de Gaulle impôs um bloqueio ao principado de Mônaco e Grace foi peça fundamental para resolver o impasse. Trata-se de um momento da vida da estrela, vencedora do Oscar por Amar É Sofrer (1954), pouco lembrado e, daí, relevante de ser levado às telas. A opção de centrar o roteiro apenas em dois anos (e praticamente no tema político) pode, igualmente, causar decepção. A realização de Dahan também deixa a desejar. Há excessivos closes no rosto (esticadíssimo) de Nicole, atuações na base da caricatura de outros famosos (Hitchcock, Onassis, Maria Callas) e uma onipresente trilha sonora, que pontua das emoções ao suspense. Como desfile de moda, o filme é um luxo. Peças vintage e réplicas das roupas originais, de grifes como Chanel, Lanvin, Dior, Hermès e Cartier, servem para um belo e raro desfile de moda. Estreou em 29/10/2015.