Gilvan Samico – Linhas, Trançados e Cores
Resenha por Laura Ming

Aluno de alguns dos maiores nomes da gravura brasileira (estudou com Oswaldo Goeldi e Livio Abramo), o pernambucano Gilvan Samico (1928-2013) criou um estilo único ao se apropriar do grafismo dos cordéis para desenvolver obras coloridas repletas de temas míticos. Linhas, Trançados e Cores: No Reino de Gilvan Samico apresenta 44 peças escolhidas por Renata Pimentel, que cresceu no ateliê do artista, amigo íntimo de seu pai. Ali, não é só a curadoria que tem marcas familiares. No fim da vida de Samico, um neto se responsabilizava pelas impressões, um filho cuidava das molduras e a nora tocava a comercialização. Outra marca particular de sua trajetória era o perfeccionismo do também artesão e marcheteiro que se refletia em uma produção lenta — a partir da década de 90, limitava-se a apenas duas novas gravuras por ano. Para chegar à versão final de A Caça, por exemplo, descartou quarenta estudos anteriores. Nela, pode-se observar como ele gostava de personagens fantásticos inspirados em lendas e folclore. Estão lá ainda desenhos do início de carreira, em que ilustrava histórias bíblicas, e um documentário filmado em casa, em Olinda, dois meses após sua morte, com depoimentos de amigos e artistas próximos. Até 30/11/2014.