Gainsbourg — o Homem que Amava as Mulheres
- Direção: Joann Sfar
- Duração: 130 minutos
- Recomendação: 18 anos
- País: França
- Ano: 2010
Resenha por Alex Xavier






Era uma vez um garoto com orelhas de abano, olhos esbugalhados
e narigão que sonhava ser artista plástico para pintar mulheres
bonitas. Quando cresceu, a música o levou a conquistar as mais
desejadas beldades do mundo. O jovem cartunista Joann
Sfar estreia como cineasta dando à biografia do temperamental
cantor e compositor francês Serge Gainsbourg (1928-1991)
um encantador tom de fábula. “Gainsbourg — O Homem que
Amava as Mulheres” é baseado em uma história em quadrinhos
de sua autoria e, portanto, a caricatura também faz parte do filme.
Talvez só assim seja possível explicar o charme irresistível do
homenageado, cuja feiura foi eclipsada por sua genialidade.
Na Paris ocupada pelos alemães durante a II Guerra Mundial,
o menino Lucian (seu nome verdadeiro) já se sentia homem,
desenhando cenas eróticas, fumando cigarros e assustando os
adultos com uma resposta ardilosa sempre engatilhada. Filho de
judeus russos, desdenhava da perseguição nazista escondendo-se
em seu universo criativo, povoado por um alter ego esquisitão como ele. O personagem imaginário, apresentado como um
alegórico boneco do próprio Gainsbourg, o acompanha nas
décadas seguintes, quando, já crescido (incorporado de maneira
impressionante pelo ator Eric Elmosnino), torna-se compositor
de músicas popularizadas por vozes femininas.
Na tela surgem atrizes lindíssimas que interpretam estrelas
ainda mais fascinantes, do naipe de Brigitte Bardot (Laetitia
Casta), sua amante, e Jane Birkin (Lucy Gordon), com quem se
casaria e teria uma filha. Os bastidores da criação de canções
célebres, como Bonnie & Clyde e a provocativa Je t’Aime Moi
non Plus, rendem números musicais divertidos e envolventes.
Extremamente sensual, a fita é prejudicada apenas pelo final
um tanto apressado e pouco conclusivo. Estreou em 08/07/2011.