Fluxorama
- Direção: Monique Gardenberg
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Encenadora de imagens — não à toa, também cineasta —, Monique Gardenberg utiliza em Fluxorama, seu novo espetáculo, a mesma estrutura fragmentada do ótimo O Desaparecimento do Elefante, visto em 2013. Desta vez, as histórias escritas pelo dramaturgo Jô Bilac convidam o espectador a um mergulho na mente dos protagonistas dos quatro monólogos. Em comum, todos passam por situações-limite e lutam para alcançar algum tipo de superação. No primeiro e mais denso dos solos, Juliana Galdino interpreta uma mulher que sofre de uma doença degenerativa e, aos poucos, perde os sentidos. Com cada palavra valorizada, a atriz aproxima o texto do universo intimista explorado por Clarice Lispector em suas obras. Na sequência, Luiz Henrique Nogueira é um sujeito preso às ferragens de um carro logo depois de um acidente. Também sem maiores surpresas, porém bem mais intenso, é o solo de Marjorie Estiano. Ela representa uma maratonista durante uma prova da São Silvestre que se questiona sobre os motivos que a levam a enfrentar tal desgaste físico. A identificação é imediata, e Marjorie alivia o clima tenso do conjunto. Por fim, Caco Ciocler investe na ironia para viver um homem exausto diante do cotidiano. Ansioso para meditar, ele deseja vencer as adversidades com a força do pensamento, e, graças ao carisma do ator, tudo termina de forma mais leve e resulta bem-acabado. Estreou em 22/7/2016. Até 21/8/2016.