Família Lyons

- Direção: Marcos Caruso
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.




Relações pessoais confrontadas com neuroses contemporâneas são a base da obra do dramaturgo americano Nicky Silver. Quem viu Pterodátilos, montado por Marco Nanini, Os Altruístas, com Mariana Ximenes, ou, mais recentemente, Adorável Garoto, dirigido por Maria Maya, pode encontrar pontos comuns para abordagens de difícil digestão. Comandada por Marcos Caruso, a montagem carioca Família Lyons, em cartaz no Teatro Anchieta, segue na trilha de traçar o perfil de um clã em descompasso, maquiando temas duros. Em estágio terminal de câncer, o pai (representado por Rogério Fróes) recebe a mulher fútil (interpretada por Suzana Faini), o filho gay (papel de Emilio Orciollo Netto) e a filha alcoólatra (vivida por Zulma Mercadante) no quarto do hospital. Desinteressados e tomados pela frieza, eles tornam seus problemas protagonistas da situação em detrimento do moribundo. A dramaturgia de Silver, calcada em diálogos ácidos e, em um primeiro momento, divertidos, confere contornos de tragicomédia ao espetáculo, principalmente no primeiro ato. Se, na segunda metade, o impacto se dilui, o ótimo desempenho de Suzana Faini camufla o caráter discutível da matriarca e conserva a empatia da plateia. Pedro Osório e Rose Lima completam o elenco. Estreou em 4/9/2015. Até 27/9/2015.