Eu, Mamãe e os Meninos
- Direção: Guillaume Gallienne
- Duração: 85 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: França/Bélgica
- Ano: 2013
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
É impossível não lembrar do filme Minha Mãe É uma Peça, do humorista Paulo Gustavo, ao assistir a esta comédia escrita, realizada e protagonizada pelo talentoso Guillaume Gallienne. Embora com resultado muito superior ao do longa-metragem nacional, o enredo traz várias semelhanças. O texto também veio do teatro e tem fundo autobiográfico. Surpresa na premiação da edição 2014 do César (o Oscar francês), Gallienne levou os troféus de filme de estreia, melhor filme, ator e roteiro, numa competição em que havia o badalado Azul É a Cor Mais Quente e o formidável O Passado. Além de divertida, a fita possui um fundo psicológico raramente encontrado em textos de humor. Gallienne surge em um palco para passar a limpo sua trajetória. Adolescente (e convincente para seus 42 anos), ele tinha uma convivência de unha e carne com a mãe possessiva (papel do próprio intérprete). Enquanto seus irmãos mais velhos gostavam das brincadeiras de meninos, Guillaume se vestia de Sissi e sonhava ser rainha de um palácio. Ele se considerava um garoto, digamos, do sexo feminino. Guillaume ganhou um destino de erros. Na Espanha, aprendeu a bailar como as mulheres. Passou de colégios a internatos sofrendo bullying ou obrigado a assumir uma masculinidade no armário. Entre os risos inevitáveis e a seriedade do assunto, o filme encontra um desfecho inusitado (e não menos emocionante) para o personagem. Estreou em 8/5/2014.