Dor e Glória

- Direção: Pedro Almodóvar
- Duração: 113 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Espanha
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.





Dor e Glória é o filme mais autobiográfico de Pedro Almodóvar. Em seu 21º longa-metragem, o grande diretor espanhol, que completará 70 anos em setembro, repassa momentos de sua vida num misto de ficção e fatos. Almodóvar traz à tona a história do cineasta Salvador Mallo (Antonio Banderas). Ele fez uma recente cirurgia na coluna e se entope de analgésicos para aliviar a dor. Encontra-se, ainda, num estagnado processo criativo. Salvador, porém, é convidado a participar da exibição de trinta anos de um filme que realizou na década de 80. Precisa, então, convidar o astro do filme, Alberto Crespo (Asier Etxeandia). Detalhe 1: eles brigaram feio e não se falam há três décadas. Detalhe 2: Alberto é viciado em heroína e vai convencer Salvador a usar a droga para relaxar. Em suas memórias, o protagonista revive a relação com a mãe, uma camponesa da Mancha (Penélope Cruz), região central da Espanha. As cores berrantes de Almodóvar (até cantadas por Adriana Calcanhotto) e seus magníficos enquadramentos ficaram no passado. Comedido também nas tramas mirabolantes (como em A Pele que Habito), o diretor apresenta um trabalho mais simples, feito com coração e alma, melancolia e esperança, desnudando-se por meio de seu alter ego, brilhantemente interpretado por Banderas, vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Direção: Pedro Almodóvar (Dolor y Gloria, Espanha, 2019, 113min). 16 anos. Estreou em 13/6/2019.