Desenhar no Espaço: Artistas Abstratos do Brasil e da Venezuela na Coleção Patricia Phelps de Cisneros
Resenha por Jonas Lopes
Os paulistanos têm a chance de
conferir um recorte do acervo da Coleção Patricia
Phelps de Cisneros, braço artístico da Fundação
Cisneros, instituição da Venezuela voltada para a
educação. Composta de oitenta obras, a mostra
reúne dez nomes de inflexão construtiva e vanguardista
— seis brasileiros e quatro venezuelanos.
A seleção traça paralelos nas produções dos
dois países, que viviam momentos de efervescência
nas décadas de 40 a 60. Herdeiros de escolas
europeias (Bauhaus, suprematismo e neoplasticismo,
entre outras), esses artistas buscaram
transcender a tradição da pintura, ou pelo menos
aquela da tela pendurada na parede. Ousados, aos
poucos trocaram o plano por instalações, esculturas
e objetos. Dá para perceber Lygia Clark, por
exemplo, aproveitar-se de seus desenhos iniciais
para chegar aos notáveis Bichos. Ou como Mira
Schendel e Gego (nome artístico de Gertrud
Golds chmidt) cruzam caminhos semelhantes em
busca da representação de espaços vazios. Hélio
Oiticica e Jesús Soto, por sua vez, compartilham
os experimentos com ambientes penetráveis.
Também em cartaz na Pinacoteca: ✪✪ Ignasi
Aballí (instalação). Até 06/02/2011.