Daniel Arsham

Resenha por Julia Flamingo


Daniel Arsham trabalha na fusão entre arte e outras disciplinas como arquitetura, design, cinema e dança. Fundador do projeto Snarkitecture, uma parceria entre o artista e o arquiteto Alex Mustonen, o americano Arsham trouxe três obras para a Baró Galeria. São esculturas brancas que se integram às paredes do espaço, tornando difícil separar onde começa sua arte e onde termina a arquitetura da galeria. Propriamente intitulada Paredes Móveis, a mostra apresenta Corner Knot, um nó entre duas paredes da galeria que ganham elasticidade; Formless Figure, um ser indefinido, porém macabro, que toma forma na parede; e Hiding Figure, que se assemelha a uma pessoa escondida por trás da parede. Para criar suas peças, Arsham coloca manequins deitados no chão e, sobre eles, um tecido que mostra de que maneira a gravidade do pano age sobre o corpo. Seus trabalhos são quase completamente produzidos no ateliê, apenas a integração da peça na arquitetura das galerias e museus sobra para ser feito no local. É interessante perceber os relevos das esculturas brancas nas paredes de mesma cor; falta, porém, a interferência de um texto de parede (ou até impresso) que contextualize a obra e seu autor. Os trabalhos são impressionantes pela sua integração ao espaço, mas não preenchem o local e a exposição. A impresão é que faltam informações para que se compreenda melhor o artista.