Bonitinha, Mas Ordinária
- Direção: Moacyr Góes
- Duração: 91 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Brasil
- Ano: 2013
Resenha por Tiago Faria
Em Dom, de 2003, o diretor Moacyr Góes meteu os pés pelas mãos numa atualização duvidosa para o livro Dom Casmurro, de Machado de Assis. Desde então, fez filmes com Xuxa, Angélica e Padre Marcelo Rossi. Neste drama, ele surpreende com uma adaptação simples e correta para a peça de Nelson Rodrigues, encenada pela primeira vez em 1962. O roteiro, escrito pelo próprio Góes, não alivia o tom venenoso do texto, filmado anteriormente em 1963 e em 1981, e ressalta um elenco bem escolhido. No papel de Edgar, João Miguel convence de que é um homem ingênuo, prestes a ser corrompido por um ricaço sem escrúpulos (Gracindo Júnior, também ótimo). Ele se vê tentado pela proposta de fazer um acerto e se casar com uma adolescente rica (Letícia Colin). A mocinha sofre de um trauma: ela diz ter sido violentada por cinco homens em uma favela. Mas Edgar só tem olhos para a pobretona Ritinha (Leandra Leal). Vender ou não a alma por 5 milhões de reais? Assim começa a crise moral do protagonista. Apesar de um ou outro flashback estridente, sobressai na versão de Góes a atualidade das provocações de Nelson. Estreou em 24/5/2013.