Beije Minha Lápide
- Direção: Bel Garcia
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.


Aplaudir o ator Marco Nanini neste drama reaviva a esperança de futuro para o teatro brasileiro. Aos 66 anos, um dos grandes intérpretes do país abraça a renovação e, com o texto do talentoso carioca Jô Bilac, de 31, explora múltiplos recursos de seu talento. Sob a direção de Bel Garcia, Nanini transita por diferentes caminhos na construção de Bala, escritor gay com verdadeira devoção pelo irlandês Oscar Wilde. Libertário e impulsivo, ele quebrou a proteção de vidro da sepultura do autor no cemitério Père-Lachaise, em Paris, e acabou na cadeia. A advogada Roberta (papel de Carolina Pismel) enfrenta a resistência do cliente e tem uma difusa ligação com Ingrid (Joelia Marini), filha de Bala e guia turística do Père-Lachaise. Sobra para ele a amizade de Tommy (Paulo Verlings), carcereiro de ambições literárias e raso talento. Com catorze peças montadas, Jô Bilac alcança a maturidade em uma obra provocativa e de diálogo contemporâneo. Referências a Wilde e à capital francesa dão certo charme, mas o texto chega ao ápice na discussão de homofobia e repressão. Estreou em 16/1/2015. Até 1º/3/2015.