As Mães de Chico Xavier
- Direção: Glauber Filho e Halder Gomes
- Duração: 108 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Brasil
- Ano: 2011
Resenha por Miguel Barbieri Jr









Desde que, três anos atrás, o sofrível longa-metragem “Bezerra
de Menezes — Diário de um Espírito” levou mais de 500 000
espectadores aos cinemas, o Brasil despertou para o filão dos
filmes espíritas. Lançadas em 2010, a boa cinebiografia “Chico
Xavier” e a pretensiosa superprodução “Nosso Lar” alcançaram,
respectivamente, 3,4 milhões e 4 milhões de pessoas. Nessa
rabeira, estreia “As Mães de Chico Xavier”, dirigido por Glauber
Filho e Halder Gomes, parceiros em “Bezerra de Menezes”. Nota-se
uma melhoria de lá para cá (a narrativa flui sem aborrecer), mas
nada que resulte numa empreitada bem-sucedida.
O roteiro, inspirado no livro “Por Trás do Véu de Ísis”, de Marcel
Souto Maior, procura ser engenhoso ao costurar histórias
paralelas — no entanto, as fragilidades logo surgem. Há um casal
(Herson Capri e Via Negromonte) às voltas com o filho drogado,
uma professora (Tainá Muller) no dilema de uma gravidez
indesejada, uma mãe (Vanessa Gerbelli) arrasada após a morte do
filho e um jornalista cético (Caio Blat) encarregado de uma
reportagem sobre cartas psicografadas. As tramas e os
personagens vão, claro, convergir até o médium Chico Xavier
(1910-2002), papel do sempre eficiente Nelson Xavier.
Com orçamento de 3,8 milhões de reais, “As Mães de
Chico Xavier” tem direção de arte medonha (nem dá para saber exatamente em qual época a fita é ambientada),
fotografia chapada, atuações desencontradas e uma
cafona trilha sonora assinada por Flávio Venturini.
Independentemente do tema, o público merece cinema
de qualidade. É bem provável que uma parcela dos milhares
de espíritas brasileiros se comova. Mas, se a realização
não fosse tão tosca, os diretores talvez conseguissem
atrair uma plateia menos específica e muito maior. Estreou em 01/04/2011.