As Aventuras de Sammy
- Direção: Ben Stassen
- Duração: 88 minutos
- País: Bélgica
- Ano: 2010
Resenha por Miguel Barbieri Jr




Desde que “Avatar” estreou, em dezembro de 2009, Hollywood se viu tomada por uma revolução em 3D, sobretudo pelos 2,7 bilhões de dólares arrecadados pelo filme de James Cameron, a maior bilheteria da história. A partir daí, parece ter virado lei. Para fazer dinheiro e barulho, uma fita comercial precisaria ter cópias em três dimensões. Na pressa, foram aparecendo mediocridades como “Fúria de Titãs”, “Jackass” e “O Último Mestre do Ar”. Faltou brilho também para “Batalha por T.E.R.A.”, “Shrek para Sempre” e outras animações. Ainda bem que “As Aventuras de Sammy” foge à regra e revela-se uma produção eficiente em 3D, com muito bom uso das técnicas de ilusão ótica. Na trama espertinha, a tartaruga Sammy nasce numa praia da Califórnia em 1959 e, já em seu primeiro mergulho, se encanta pela meiga colega Shelly. Eles se separam no Oceano Pacífico e Sammy acaba fazendo amizade com o boa-praça Ray. Os dois amigos se aventuram pelos mares do planeta — Sammy, é claro, querendo reencontrar a amada. Diretor do também gracioso desenho “Os Mosconautas no Mundo da Lua” (2008), o belga Bem Stassen retoma ideias anteriores. Uma delas foi ambientar sua ágil historinha em décadas passadas e dar-lhe um ar nostálgico — a sátira aos hippies faz aqui a diferença. Embalada por uma saborosa trilha sonora pop, com The Mamas & the Papas, Jack Johnson e Michael Jackson, a fita cativa adultos por mostrar as reviravoltas da vida como ela é. Algo, porém, tem preço maior: observar as crianças erguendo as mãos na tentativa de pegar peixes e gaivotas que veem saltar da tela. Estreou em 28/01/2011.