Arte Povera — Obras da Coleção Mart
Resenha por Jonas Lopes


Impossível não associar a arte
italiana ao esplendor de seu passado. As obras-primas
dos períodos renascentista, maneirista e
barroco, assinadas por gênios do quilate de Michelangelo,
Caravaggio, Tintoretto e Giotto,
continuam influentes e cultuadas. Para um grupo
de vanguardistas da metade dos anos 60, porém,
superar essa tradição era o grande objetivo. Surgia
naquele momento um movimento cuja trajetória
é resgatada na coletiva Arte Povera —
Obras da Coleção Mart, composta de dezoito
trabalhos de dez artistas. Por trás do conceito de
arte povera (arte pobre, em italiano) está o uso
de materiais pouco nobres, ordinários mesmo
(como terra, madeira, ferro, plástico, folhas de
jornal e panos), para romper com a beleza, tão
característica do classicismo, e o mercantilismo.
É o caso de Michelangelo Pistoletto, que colou
espelhos em pedaços de árvore e em uma caixa
de madeira para criar efeitos ópticos, respectivamente,
em 5 Troncos Divisão Multiplicação e
Metro Cúbico de Infinito. Também em cartaz no
Sesc Belenzinho: ✪✪ Caio Reisewitz (instalação). Até 08/03/2011.