Antonio Dias: Obras em Papeis do Nepal

Resenha por Julia Flamingo



Na década de 1970, Antonio Dias foi apresentado a um papel artesanal que chamou tanto a atenção a ponto de lhe fazer atravessar o mundo para alcançar a matriz de sua produção, o Nepal. Chegando lá, mais obstáculos: o papel não era vendido em estabelecimentos comerciais. A busca pelo material prolongou a viagem para cinco meses de duração e configurou uma experiência existencial do artista, que determinou uma ruptura no seu trabalho. Nos dez anos seguintes, Dias usou o papel não como suporte para suas obras, mas como o trabalho em si. A eles, acrescentou formatos geométricos e cores como bordô, grafite e dourado. O paraibano de 72 anos é um dos expoentes da arte contemporânea brasileira e suas obras integram coleções de todo o mundo, como o MoMA, em Nova Iorque, e a Daros Collection, em Zurique, na Suíça.