Ana Elisa Egreja
Resenha por Jonas Lopes














A paulistana Ana Elisa Egreja, de 30 anos, projetou-se no cenário artístico ao participar do grupo 2000eOito. O coletivo de jovens talentos rendeu bons frutos, pois vários de seus ex-integrantes têm alcançado êxito no mercado, caso de Bruno Dunley, Marina Rheingantz e Rodrigo Bivar. Em sua mostra na Galeria Leme, Ana Elisa revela uma personalidade forte e um estilo inconfundível. Se os antigos colegas recorrem à infuência de nomes como o alemão Gerhard Richter e o belga Luc Tuymans, com imagens borradas e discussões sobre os limites da representação pictórica, ela não se parece com ninguém mais. As quinze pinturas da seleção, todas figurativas, são ultrarrealistas. Ainda assim, a obstinada riqueza de detalhes ironiza a tentativa de simplesmente mimetizar a vida ao redor. Não por acaso, há cenas de estranhamento, entre elas um cisne dentro de uma banheira, flamingos banhando-se em uma sala alagada de uma elegância decadentista e um plácido horizonte visto através do buraco de uma bala na janela. Alguns elementos se repetem nos trabalhos, a exemplo de vidros, tecidos, azulejos e espelhos. Em tempo: um livro caprichado sobre a produção da artista acaba de ser lançado pela Editora Cobogó (144 páginas, R$ 110,00). De 23/11/2013 a 18/1/2013.
Atenção: Neste sábado (18), às 12h30, haverá um bate-papo com Ana Elisa Egreja para o encerramento da exposição