Alegria, Alegria
- Direção: Moacyr Góes
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 10 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Como um musical em homenagem aos cinquenta anos do movimento tropicalista, Alegria, Alegria resulta em um passeio pela produção de Caetano Veloso nas décadas de 60 e 70. E quem é fã do cantor e compositor não ficará desapontado com o roteiro construído pelo diretor Moacyr Góes. Das 27 canções escolhidas, vinte são de sua autoria. O excesso não só diminui a importância de outros nomes fundamentais para o tropicalismo, especialmente Gilberto Gil, como camufla a reverência ao criador de É Proibido Proibir, Baby e London, London. Protagonista, a cantora Zélia Duncan, com sua presença forte, organiza o movimento, em meio a quinze atores-bailarinos e oito instrumentistas. Como uma mestre de cerimônias, ela interpreta textos ilustrativos, alguns críticos em relação ao Brasil, que costuram os números, mas não sustentam uma dramaturgia, como se espera de um espetáculo teatral. Vez por outra, porém, Zélia brilha soberana no que melhor faz: cantar. Sua releitura para a bossa-novista Avarandado, muito bem arranjada por Ary Sperling, é um dos pontos altos. Outra cena impactante é a interpretação de Marcos Lanza para Coração Materno, de Vicente Celestino, o ápice teatral da montagem. No elenco ainda estão Luiz Araújo, Bruno Fraga, Daniel Caldini, Patrick Amstalden, Josi Lopes, entre outros. Estreou em 13/5/2017. Até 9/7/2017.