Abraços Partidos
- Direção: Pedro Almodóvar
- Duração: 128 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Espanha
- Ano: 2009
Resenha por Miguel Barbieri Jr



O diretor espanhol
confirma aqui
suas vocações: ser um exímio contador de histórias e fazer cinema
como um eterno apaixonado por seu trabalho.
Talvez seu novo drama, para brilhar mais,
pudesse ganhar cortes de uns quinze minutos
na parte final. Também funcionam razoavelmente
alguns desenlaces excessivamente melodramáticos.
A trama, porém, flui muito bem.
Há momentos que chegam a empolgar e uma
engenhosa autorreferência, sobretudo na explícita
evocação de Mulheres à Beira de um
Ataque de Nervos. A história se passa em duas
épocas. No início dos anos 80, o rico empresário
Ernesto Martel (José Luiz Gómez) se
casa com Lena (Penélope), sua secretária bem
mais jovem e por quem nutre uma paixão obsessiva.
Como quer ser atriz, a moça faz um
teste e é convidada a estrelar um filme do cineasta
Mateo Blanco (Lluís Homar) — que
será bancado por seu marido. Nos dias atuais,
Mateo, cego, virou o recluso roteirista Harry
Caine. A pedido de seu jovem assistente (papel
de Tamar Novas), ele rememora o turbilhão
de emoções que atravessou no passado
por causa de Lena.