A Suprema Felicidade
- Direção: Arnaldo Jabor
- Duração: 125 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Brasil
- Ano: 2010
Resenha por Miguel Barbieri Jr





Não há sombra da ebulição
nem da verve irônica de Jabor em trabalhos anteriores,
como “Toda Nudez Será Castigada” (1973) e
“Eu Sei que Vou Te Amar” (1986). Muito menos encontra-se no novo longa-metragem do diretor carioca
seu humor rascante como comentarista político.
Após um jejum cinematográfico de 24 anos,
Jabor se volta ao passado para conceber um drama
de traços autobiográficos. Embora a intenção talvez
tivesse sido flertar com o felliniano Amarcord, o
resultado está mais para uma versão pálida e apática
do já razoável “Baaria”, de Giuseppe Tornatore. O
realizador enfileira situações muito clichês ao mostrar
dez anos da vida de Paulo, interpretado em
fases distintas por Caio Manhente (infância), Michel
Joelsas (adolescência) e Jayme Matarazzo
(juventude). A história atravessa as décadas de 40
e 50 enfocando o conturbado casamento de seus
pais (Dan Stulbach e Mariana Lima), a proximidade
com o avô (Marco Nanini), o interesse por uma
mulher liberal (Maria Flor), a iniciação sexual nos
bordéis, o relacionamento com uma dublê de Marilyn
Monroe (papel de Tammy Di Calafiori). Embalada
numa corretinha, porém artificial, direção
de arte, a fita termina sem mais nem menos. Estreou em 29/10/2010.