A Pequena Sereia
- Direção: Lynne Kurdziel Formato
- Duração: 150 minutos
- Recomendação: Livre
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Ícone do imaginário infantil no início da década de 90, a história da princesa dos mares que idealiza o mundo dos humanos conversa com os novos tempos. A Pequena Sereia ganhou versão musical dirigida por Lynne Kurdziel Formato, baseada no texto de Doug Wright e nas canções de Alan Menken e Howard Ashman. Fabi Bang, de Wicked, interpreta a sonhadora Ariel. Ela imagina que, se tivesse pernas, poderia transitar na terra e, quem sabe, conquistar o príncipe de carne e osso (o ator Rodrigo Negrini). Como nunca baixou a cabeça para o pai, o Rei Tritão (papel de Conrado Helt), a jovem sela um perigoso pacto com a tia malvada, Úrsula (Andrezza Massei). Em troca da bela voz, Ariel poderá caminhar e, se for beijada pelo amado, recuperar a fala e a afinação. O caranguejo Sebastião (Tiago Abravanel) e o peixe Linguado (Lucas Cândido) são seus cúmplices nessa jornada. O resultado é encantador, mesmo para quem não carrega a memória afetiva do desenho da Disney. A superprodução traz cenários e figurinos criativos, além de apresentar efeitos capazes de encher os olhos do público. A adaptação de Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler dialoga com o Brasil através dos arranjos e das letras carregadas de referências, inclusive gastronômicas. O sotaque nordestino adotado por Abravanel alavanca a empatia do personagem defendido pelo carismático artista. Outro destaque é a forte personalidade de Andrezza Massei, incomum entre atores de musicais. Como a protagonista, Fabi reafirma o talento e, principalmente, a aura de estrela. A atriz dosa determinação, doçura e fragilidade e reforça a mensagem do espetáculo. Ariel chegou ao ano de 2018 ávida por decidir seu destino, desafiar o patriarcado e também escolher o amor que lhe interessa (140min). Livre. Estreou em 30/3/2018. Até 29/7/2018.