A Hora e a Vez de Augusto Matraga
- Direção: Vinícius Coimbra
- Duração: 106 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Brasil
- Ano: 2012
Resenha por Fernando Masini
Não é o caso de comparar este A Hora e a Vez de Augusto Matraga com aquele de 1965, um clássico do cinema novo filmado em preto e branco por Roberto Santos. É verdade que ambas as histórias são fiéis ao conto de Guimarães Rosa, mas as estéticas não se aproximam, pois falamos de épocas distintas. Visto sem a sombra do original, o filme de Vinicius Coimbra, conhecido pelo trabalho como diretor de novelas da Globo, é bonito, solene em alguns momentos e cativante. Há planos que nos remetem ao estilo do faroeste americano, com bela fotografia e uso recorrente da câmera lenta. João Miguel, numa atuação irretocável, faz o papel do protagonista, um sertanejo mulherengo e valente que paga o preço pelas besteiras que cometeu. Sua mulher, Dionóra (interpretada por Vanessa Gerbelli), abandona-o e leva a filha junto para morar com o coronel Ovídio Moura (Werner Schunemann). Ao saber da notícia da boca de seu fiel escudeiro, Quim (Irandhir Santos), Augusto perde as estribeiras e se mete com a pessoa errada: o major Consilva (Chico Anysio). Leva uma surra de seus capangas e é dado como morto. Desse momento em diante, nosso herói decide entregar sua alma a Deus. Honra, vingança e arrependimento caminham juntos no longa de Vinicius. Um detalhe: produzida em 2011, a fita tem a participação de José Wilker no papel de um dos cabras mais poderosos do sertão mineiro (o ator morreu em 2014). Estreou em 24/9/2015.