A Estrada de Wolokolamsk

- Direção: Ariel Borghi e Esther Góes
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 10 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.


A atriz Esther Góes ostenta um repertório de peças de Bertolt Brecht, Maximo Gorki e Friedrich Dürrenmatt, muitas de conotação política. No drama A Estrada de Wolokolamsk, ela propõe um diálogo sobre as recentes decepções ideológicas no mundo baseado em um texto do alemão Heinner Müller que fala do desencanto com o fim do bloco socialista. Dividida em cinco quadros, a encenação se mostra irregular. Na abertura, um tanto morna, um soldado desertor enfrenta problemas com o Exército. Em outra história, Esther brilha ao recorrer à farsa trágica na composição de um insano funcionário público sufocado pela rotina burocrática. Mais impactante é o desfecho. Um poderoso político de outrora (representado por Esther) defende suas ideias para o filho adotivo (papel de Ariel Borghi), incapaz de compreendê-lo. Cheio de desprezo, o rapaz o acusa de ultrapassado, e a discussão remete a uma geração que teve as convicções abaladas em um espaço tão curto de tempo que não percebeu isso. Com Marcelo Reis, Jean Dandrah e Leandro Bitar. Estreou em 29/9/2017.