A Dama do Mar
- Direção: Robert Wilson
- Duração: 110 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Graças ao Sesc, o diretor americano Robert Wilson já é quase um paulistano. No ano passado (2012), quatro de seus espetáculos foram vistos na cidade: A Última Gravação de Krapp, A Ópera dos Três Vinténs, Macbeth e Lulu. Agora tem vez A Dama do Mar, que fica em cartaz até julho na unidade de Pinheiros. É mais uma oportunidade para conferir o talento de um dos grandes nomes do teatro do século XX, que alçou o visual ao protagonismo, sobrepondo-o ao texto e às interpretações. Esse rigor estético também marca a nova montagem. Quer dizer, não é exatamente nova, pois trata-se de uma encenação apresentada desde 1998 em países como Itália, Polônia, Coreia e Espanha, com atores locais. Em São Paulo, Wilson recrutou um elenco brasileiro para protagonizar a adaptação de Susan Sontag para o clássico escrito pelo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) sobre a condição feminina. As atrizes Ligia Cortez e Ondina Clais Castilho se dividem no papel de Elida Wangel. Essa mulher se casou com um amoroso viúvo (o ator Helio Cicero), mas, entediada, não se esquece dos tempos em que viveu uma paixão numa beira de praia. Como se a peça fosse um quadro de cores fortes, o público acompanha a história atento. A leitura proposta por Sontag conserva-se fiel ao original. Os atores dão as falas apoiados em entonações e coreografias rígidas, carentes de emoção. Por se tratar de um texto tão intenso e interiorizado, o visual calculado de Wilson resulta frio. É um espetáculo bonito para os olhos, mas pouco envolvente. Completam o elenco Bete Coelho, Luis Damasceno e Felipe Sacon. Estreou em 25/5/2013. Até 7/7/2013.