A Casa que Jack Construiu

- Direção: Lars von Trier
- Duração: 153 minutos
- Recomendação: 18 anos
- País: Dinamarca
- Ano: 2018
Resenha por Miguel Barbieri Jr.





Gostar ou odiar é algo constante na filmografia de Lars von Trier. Mas há que se reconhecer: poucos diretores ganham aplausos e vaias com a mesma intensidade e, por isso mesmo, o dinamarquês se sai com um dos mais polêmicos da atualidade. A Casa que Jack Construiu, assim como Melancolia ou Anticristo, é um jorro (ou seria um vômito?) de ideias criativas. Quem consegue “comprar” o passaporte para seu perverso universo sai recompensado da sessão. Os detratores, no entanto, podem achar seu estilo um mero exercício de intelectualidade rasa. Na primeira sequência, Jack (Matt Dillon), um engenheiro com aspiração de arquiteto, dá carona a uma desconhecida (Uma Thurman) e, humilhado, comete um brutal assassinato. A partir daí e ao longo de doze anos, o protagonista deixa aflorar um desejo de matar com prazer sádico. No mundo do realizador, Jack, o artista, compõe obras de arte com os corpos das dezenas de vítimas. Não é fácil seguir essa jornada. Indigesta e extremamente violenta, sua trajetória vem salpicada por quadros famosos e trechos da apresentação do pianista Glenn Gould. Longe dos filmes policiais ou dos drama psicológicos convencionais, Von Trier adere ao radicalismo e tem seu talento escorado na provocação e na inquietude. Direção: Lars von Trier (The House That Jack Built, Dinamarca/França/Alemanha/Suécia, 2018, 155min). 18 anos. Estreou em 1/11/2018.