A Árvore da Vida
- Direção: Terrence Malick
- Duração: 111 minutos
- Recomendação: 10 anos
- País: EUA
- Ano: 2011
Resenha por Miguel Barbieri Jr











É preciso, antes de mais nada, se deixar levar pela viagem do diretor bissexto Terrence Malick, que, em 38 anos de carreira, fez apenas cinco longas-metragens — entre eles “Além da Linha Vermelha” (1998) e “O Novo Mundo” (2005). Aqui, o foco está numa família texana da década de 50, composta de um pai durão (Brad Pitt), uma mãe carinhosa e omissa (Jessica Chastain) e seus três filhos. Jack, o primogênito, interpretado pelo expressivo Hunter McCracken, sofre mais nas garras paternas e, em determinado momento de desespero, chega até a desejar a morte dele. O filme vai e volta no tempo, sobretudo a partir das lembranças do mais velho, interpretado por Sean Penn na fase adulta, quando ele se tornou um executivo cheio de angústias. Malick costura esses instantâneos de vida com poucos diálogos, trilha sonora instrumental quase onipresente e retratos deslumbrantes da natureza. Não se espante: há longos momentos em que os personagens dão lugar a imagens de dinossauros, de vulcões, do cosmo, de cachoeiras… Como se fosse um imenso e pretensioso painel da criação do homem. O realizador, claro, se perde um pouco pelo caminho e deixa a desejar no quesito emoção. Vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2011, a fita, difícil e complexa, é mais para ser sentida do que compreendida. E, nesse ponto, Malick tira da frente qualquer outro concorrente americano. Estreou em 12/08/2011.