60! Década de Arromba – Doc. Musical

- Direção: Frederico Reder
- Duração: 180 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.


A propaganda, de jeito nenhum, é enganosa. O espetáculo 60! Década de Arromba — Doc. Musical não promete uma dramaturgia convencional, tampouco pretende contar a história dos anos 60 ou de sua estrela, a cantora Wanderléa. Roteirizada por Marcos Nauer, a montagem dirigida por Frederico Reder talvez queira mesmo apenas repassar cronologicamente os fatos culturais, comportamentais, sociais e políticos que fizeram a tal década em meio a sucessos. Tem samba-canção e bossa nova, pop rock e clássicos tropicalistas, além de, obviamente, temas da jovem guarda. Parece muito pouco, porém, principalmente pela duração de mais de três horas, ver um período tão rico retratado por meio de projeções de filmes, fotografias e recortes da imprensa alinhavados por sucessivas canções diante de diferentes e caprichados cenários. Os 24 atores e dez instrumentistas animam bem a plateia saudosista enquanto Wanderléa não aparece. E, olha, ela demora… A Ternurinha só sobe ao palco quando o relógio já ameaça bater as duas horas da sessão e, claro, fica fácil se render a sua presença mítica. Wandeca canta sucessos como Pare o Casamento, Prova de Fogo, Nossa Canção e É o Tempo do Amor, entre outros, e seduz o público com o carisma e a energia que resistem ao tempo. A questão é que o espetáculo só existe por causa de Wanderléa. Então, é impossível não questionar por que sua figura, tão festejada, não é explorada de uma maneira mais cênica. Poderiam ser minimizados os excessos de uma superprodução, que, por ausência de critério, resulta pouco representativa. Estreou em 13/4/2017.