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Conheça os três painéis do Di Cavalcanti no centro de São Paulo

Obras do artista carioca podem ser visitadas em uma caminhada pela região

Por Laura Pereira Lima
5 jul 2025, 08h00
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Teatro Cultura Artística (Leo Martins/Veja SP)
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Consagrado por suas telas, que integram acervos ao redor do mundo, foi nos muros e fachadas de São Paulo que Di Cavalcanti encontrou um público mais amplo. Suas empreitadas coloridas estampam paredes de diversos edifícios da capital paulista, que, nos anos 1950, vivia um período de expansão do mercado imobiliário, com a construção de novos empreendimentos. A arquitetura moderna, representada por Oscar Niemeyer — com quem o artista colaborou em diversos projetos, como o Edifício Montreal e a Galeria Califórnia, além do Triângulo, todos no centro —, via nos murais uma forma de reforçar o diálogo com as artes.

O centro também era bastante frequentado por Di Cavalcanti, que morou no Edifício Esther, na Praça da República. “Embora fosse carioca, foi em São Paulo que ele conseguiu seus primeiros trabalhos. A cidade sempre foi um lugar de trabalho para ele”, aponta Marcelo Bortoloti, autor da biografia Di Cavalcanti: Modernista Popular.

Inspirado nos muralistas mexicanos, como Diego Rivera (1886- 1957), o artista buscou trazer temas do cotidiano dos trabalhadores para suas produções. “Ele era muito ligado à figura humana, gostava de representar as relações sociais, sempre com um caráter político”, explica Bortoloti. O trabalho é um tema frequente, presente no mural do Triângulo e também no Hotel Nacional Inn Jaraguá (veja abaixo).

Com estados de conservação muito diversos, halls de entrada, fachadas e pisos do centro exibem verdadeiras obras de arte — a maioria delas a céu aberto. “O muralismo é uma forma de tornar a arte mais acessível para o grande público. Era uma espécie de ação política, Di Cavalcanti falava do povo e para o povo”, completa o biógrafo.

Roteiro de obras do Di Cavalcanti no centro

 

mapa-di-cavalcanti1. Teatro Cultura Artística

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(Leo Martins/Veja SP)

Depois de superar as propostas de Jacob Ruchti e de Roberto Burle Marx, Di Cavalcanti ficou responsável por decorar a fachada do Teatro Cultura Artística. Com 48 metros de comprimento por 8 metros de altura, o mural, que retrata musas ligadas ao teatro, à dança e à música, é o maior já produzido por ele. Em 2008, o teatro sofreu um incêndio que o danificou, mas o painel seria restaurado, entre 2010 e 2011, pela Oficina dos Mosaicos, de Isabel Coelho e Gonçalo Ruas, trabalho que ganhou o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Rua Nestor Pestana, 196, Consolação.

2. Hotel Nacional Inn Jaraguá

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(Leo Martins/Veja SP)
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O mural feito com pastilhas de vidro coloridas localizado na esquina das ruas Major Quedinho e Martins Fontes chama-se A Imprensa. Nele estão representados elementos do universo jornalístico, como máquinas de gráfica e leitores de jornal. O trabalho foi criado para ornamentar a fachada do jornal O Estado de S. Paulo, sediado ali entre 1951 e 1976. Rua Martins Fontes, 71, Consolação.

3. Edifício Triângulo

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(Leo Martins/Veja SP)

Construído em 1955, o prédio comercial no centro histórico é fruto de uma parceria com Oscar Niemeyer, que, com pouco mais de 40 anos, já havia trabalhado em obras importantes como a do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro. A obra faz uma homenagem aos trabalhadores do café e da construção civil. Rua José Bonifácio, 24.

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Publicado em VEJA São Paulo de 4 de julho de 2025, edição nº2951.

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