Conheça o trabalho de Jorge Mayet, que faz exposição na Casa Seva
“Sempre procurei transmitir o desarraigo de estar longe de suas origens", diz o artista cubano
O cubano Jorge Mayet desembarca em São Paulo com uma exposição individual pela primeira vez, na Casa Seva, espaço localizado nos Jardins, dedicado à intersecção entre arte e sustentabilidade. “Buscamos artistas que dialoguem com a natureza e a sua preservação, seja pelo processo usado no trabalho, seja pelo próprio tema, mas sempre pensando na diversidade das criações. Com Mayet, encontramos uma temática diferente do que tínhamos trazido até então, com a ligação entre cultura e natureza”, diz a fundadora do espaço expositivo, Carolina Pileggi.
A mostra É Preciso Sair da Ilha para Ver a Ilha permite ao público ter um panorama da trajetória de Mayet a partir de seus principais signos: o flamboyant, árvore associada a rituais afro-caribenhos; a palmeira-real-de-cuba, presente no escudo nacional; e o bohío, casa camponesa compartilhada. “Eles são consequência de uma tradição dentro da pintura de paisagem cubana”, explica o artista. É uma seleção de pinturas e esculturas feitas nos últimos três anos que articulam paisagem, deslocamento e pertencimento, criando um território poético entre lembrança, história e imaginação.
Nascido em 1962, em Havana, Mayet deixou Cuba nos anos 1990. Inicialmente, foi para a Itália. Depois, viveu por mais de três décadas na ilha de Maiorca, na Espanha. Hoje, está estabelecido no Rio de Janeiro. Esse trânsito entre territórios tornou-se eixo central de sua obra, que revisita suas memórias cubanas a partir da distância.
“É um trabalho mental de lembranças e vivências que me marcaram em Cuba, lugar que, de forma introspectiva, recrio através dos meus sentimentos”, resume. “Sempre procurei transmitir o desarraigo de estar longe de suas origens, a necessidade de resgatar o que foi perdido, o desejo de sair de uma situação política, de uma ditadura que todos conhecemos e que está destruindo todo um povo. Embora esteja consciente de que meu trabalho não é político, o desejo de mudança está presente”.
A mostra foi construída em parceria com a Galeria Inox, do Rio de Janeiro, e tem texto crítico de Paula Borghi. Casa Seva. Alameda Lorena, 1257, Casa 1, 94445-9595. Ter. a sex., 11h/18h. Sáb., 11h/15h. Grátis. Até 12/2.
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de dezembro de 2025, edição nº 2974.
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