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Alunos da USP vencem Olimpíadas Nucleares com projeto de acesso à radioterapia no Brasil

Equipe da Escola Politécnica criaram plataforma que facilita agendamento de consultas médicas, exames e sessões de radioterapia

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 nov 2024, 17h15
Estudantes da Escola Politécnica da USP que venceram Olimpíadas Nucleares
Estudantes da Escola Politécnica da USP que venceram Olimpíadas Nucleares (Divulgação/USP/Divulgação)
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O grupo Nêutrons Politérmicos, da Escola Politécnica (Poli) da USP (Universidade de São Paulo), foi o vencedor da categoria medicina nuclear nas Olimpíadas Nucleares Brasileiras de 2024, organizadas pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN).

A competição teve início em abril deste ano e os vencedores foram anunciados no início de novembro, no evento Nuclear Summit 2024, com o tema Tratamento de câncer: como o Brasil pode avançar na implementação de novas tecnologias?.

“Optamos por participar na categoria de medicina por ser algo novo para nós e por não termos tanto contato com esse setor na graduação”, conta Luana Gomes da Silva, uma das integrantes do grupo, do curso de Engenharia de Materiais.

A equipe ainda tem os estudantes Álvaro Sant’Anna Ferreira Neto, Enzo Yamamoto, João Pedro Oliveira Glóder Prado e Thais Kaori Yazawa, todos da primeira turma do curso de Engenharia Nuclear da Poli, desde 2021.

Eles desenvolveram a NPoli, um conjunto de softwares de agendamento de consultas médicas, exames e sessões de radioterapia que visa reduzir as barreiras e acelerar as etapas do tratamento nessa área da medicina.

“Algumas das funções oferecidas pela plataforma são: o Agendamento Inteligente de Radioterapia; Integração com Sistemas de Regulação e Gestão de Exames; Painel de Controle para Médicos e Profissionais de Saúde; e Notificações Automatizadas e Interatividade com Pacientes”, explicou Luana.

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Inspirada nas principais soluções privadas internacionais, como o Varian’s ARIA e a Elekta’s Mosaiq, e nos sistemas utilizados no SUS (Sistema Único de Saúde), como o Sisreg e o e-SUS APS, a NPoli apresenta uma interface simplificada, facilitando o seu uso por diversos públicos, e integra-se aos sistemas de regulação de saúde já existentes no Brasil.

A ideia foi criar um sistema que se adaptasse à realidade descentralizada do SUS, atendendo tanto a grandes centros quanto a regiões menos favorecidas. Outro diferencial é que, ao contrário das soluções privadas, o foco da NPoli está na inclusão e acessibilidade, facilitando a comunicação com pacientes.

A plataforma também oferece a possibilidade de gerenciar o uso de recursos hospitalares, como máquinas de radioterapia, otimizando sua utilização e reduzindo o tempo de espera.

Acesso desigual ao tratamento

Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, o câncer é a segunda principal causa de morte no Brasil, podendo se tornar a primeira em 2030. Com este cenário, se destaca a desigualdade no acesso à radioterapia, tratamento que atende 52% dos pacientes oncológicos na fase inicial.

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No Brasil, em que mais de 75% da população depende do SUS, apenas 25% dos atendimentos de medicina nuclear, essencial para o diagnóstico, são realizados pelo sistema público de saúde e cerca de 70% dos serviços de medicina nuclear e radioterapia se concentram nas regiões Sul e Sudeste.

Para desenvolver a plataforma, o grupo passou por diversas etapas que incluíram testes, palestras e reuniões mensais com mentores – indicadas pela ABDAN e divididas nas subáreas das Olimpíadas – para direcionar o desenvolvimento das ideias e discutir possíveis soluções.

Os estudantes também tiveram a oportunidade de participar de palestras com especialistas renomados do setor de radioterapia, que trouxeram uma visão técnica e prática sobre os desafios dessa área no Brasil.

Ao longo do processo, os grupos tiveram que desenvolver um artigo científico e apresentar suas ideias e avanços em formato de pitches (apresentação curta em vídeo) para os mentores e coordenadores.

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O projeto está no estágio de desenvolvimento de Produto Mínimo Viável e apresenta viabilidade econômica, com potencial de escalabilidade, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Olimpíadas Nucleares Brasileiras

As Olimpíadas Nucleares Brasileiras têm duração de oito meses. Ao final, cada equipe apresenta um artigo científico escrito e um vídeo-pitch explicando a solução proposta. Um painel composto de cinco especialistas para cada tema analisa os artigos de acordo com critérios estabelecidos.

O objetivo é impulsionar a indústria nuclear ao promover a interação entre representantes da indústria, reguladores, academia e outros stakeholders (indivíduos e organizações impactados pelas ações de uma empresa). A competição cria bases para um ecossistema nuclear com resultados importantes para o Brasil e busca atrair jovens motivados e com potencial para serem os futuros gestores de projetos complexos na área nuclear.

Em 2024, a competição contou com um número recorde de participantes, com um total de 78 candidatos elegíveis de 29 universidades, distribuídos em oito estados e no Distrito Federal.

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Além do grupo da Poli, os vencedores da edição foram o NucleAtech – que propôs soluções para acelerar a construção de usinas nucleares – e a ANVerde – que buscou soluções para aumentar a sustentabilidade dos projetos de mineração de urânio.

 

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