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Haja fôlego

Expectativa de vida dos moradores do Tatuapé dá de goleada na média nacional

Por Fábio Sanchez
Atualizado em 29 dez 2016, 14h20 - Publicado em 11 set 2010, 02h42

A informação está no ‘Atlas do Trabalho e Desenvolvimento da Cidade de São Paulo’: o lugar com maior expectativa de vida na capital fica no Tatuapé. Mais precisamente, no bairro de Vila Azevedo, no centro desse distrito da Zona Leste. Ali vive-se, em média, 80,5 anos — sete a mais do que a média brasileira e tanto quanto na Suécia. Um terço dos moradores tem mais de 50 anos e os jovens (categoria que abarca os menores de 20 anos) representam apenas um quinto do total.

As explicações de tamanha longevidade remontam ao início do século passado. Com as indústrias, na década de 20, começaram a chegar também os equipamentos urbanos para atender os operários que nelas trabalhavam. Leia-se asfalto, iluminação, rede de água e esgoto, serviços que os atuais habitantes não precisaram reivindicar. A malha de transporte, que hoje conta com duas estações de metrô, uma de trem e dezenas de linhas de ônibus, expandiu- se depressa graças, principalmente, à localização próxima ao Rio Tietê, referência viária à qual se moldam as demais opções de transporte. A partir dessa estrutura, não demorou para que o bairro abrigasse um comércio pujante, num ciclo virtuoso que aumentou a qualidade de vida dos tatuapeenses.

Devido à população mais velha, algumas peculiaridades saltam aos olhos. É o caso, por exemplo, de um time de futebol que não aceita jogadores com menos de 50 anos, o Futebol das Quintas. Trata-se de uma turma de amigos que há cinco décadas se reúne semanalmente — o nome já entrega em qual dia — para bater bola. O mais velho, de 84 anos, chama-se Sebastião Augusto Martins. Hoje aposentado, era empresário, dono de concessionárias de ônibus e de caminhões. Desde que nasceu mudou de casa cinco vezes, sem nunca sair do Tatuapé. “Quando minha esposa morreu, há três anos, fiquei meio apagadinho. Mas o pessoal insistiu, daí voltei. Foi a melhor coisa que fiz”, conta ele, que atua como meia-esquerda.

A tradição do bate-bola começou com comerciantes e profissionais liberais que trabalhavam nos fins de semana e escolheram um dia com menos movimento para dedicar ao lazer. Depois, virou febre mesmo para quem dava expediente nos dias úteis: conta-se que, na década de 70, era difícil encontrar um dentista disponível às quintas no Tatuapé, porque muitos deles integravam a equipe. As regras das partidas são rígidas. Faltas duras, por exemplo, levam à expulsão imediata. Uma medida prudente, considerando-se a faixa etária dos boleiros. “Somos um grupo talvez exótico, mas não dá para dizer que não nos divertimos”, afirma o advogado Eugênio Guadagnolli, atual presidente do time. 

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