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Grupo Galpão abre mão da essência brasileira em “Eclipse”

De Anton Tchecov, drama está em cartaz no Sesc Vila Mariana

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h49 - Publicado em 5 out 2012, 20h07

Desde julho, uma mostra na cidade comemora as três décadas do Grupo Galpão. Depois de reapresentar Romeu e Julieta, Till — A Saga de um Herói Torto e Tio Vânia, os mineiros levam ao palco um novo mergulho na obra do russo Anton Tchecov (1860-1904). O drama Eclipse traz um tema recorrente da ficção: a iminência do fim do mundo. Desta vez, porém, a companhia criou uma montagem mais voltada à estética e deixou as sensações de lado. Esta opção acarreta algumas consequências — causa estranheza na plateia, acostumada a uma linguagem menos engessada, e nos atores, bem mais técnicos do que emotivos.

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Cinco pessoas (interpretadas por Chico Pelúcio, Inês Peixoto, Julio Maciel, Lydia Del Picchia e Simone Ordones) aguardam o término de um eclipse solar confinadas em um mesmo lugar. Eles começam a discutir sobre fé, felicidade, vocação e caos, ultrapassando os limites do respeito. Baseada em fragmentos de 150 textos curtos, a dramaturgia coletiva cresce ao inspirar-se no estilo literário e nas visões de Tchecov a respeito da vida.

O rodízio permanente de encenadores é uma das principais características do Galpão e impede uma acomodação na linguagem. Diante da proposta de estabelecer uma relação intimista com o universo do autor, justifica-se a escolha do diretor russo radicado na Alemanha Jurij Alschitz. A ousadia rendeu um espetáculo poético
 com momentos delicados. Contudo, o excesso de rigor cênico
 e a sequência de monólogos imprimem uma frieza incomum no repertório do grupo. Eclipse mostra refinamento, mas se aproxima muito mais de um espetáculo europeu. Distante e seco, carrega uma alma gringa que se desvia do estilo tão brasileiro do Galpão.

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