Cuidado com o asfalto no exterior
Grandes metrópoles contam com planos diretores de pavimentação
Dos anos 80 para cá, tornou-se consenso nas grandes cidades do mundo que investir em manutenção preventiva do asfalto é mais barato e eficaz do que gastar depois em operações tapa-buraco. “No exterior, a regra é fiscalizar o pavimento o ano todo, para impedir que as rachaduras virem buracos”, explica o engenheiro Celso Reinaldo Ramos, representante brasileiro no último Congresso Ibero-Latino-Americano do Asfalto, em novembro. De acordo com ele, há mais de quinze anos metrópoles como Londres, Paris, Madri e Cidade do México contam com planos diretores de pavimentação. A prefeitura de Nova York, por exemplo, definiu em fevereiro qual vai ser o orçamento para manutenção dos 9 173 quilômetros de vias da cidade em 2011: 174 milhões de dólares, ou 303 milhões de reais. “Além disso, nos Estados Unidos e na Europa é comum acrescentar materiais tecnológicos ao asfalto, como polímeros e borracha”, diz Ramos. De acordo com o engenheiro de transportes Chequer Jabour Chequer, coordenador do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR), o acréscimo desses materiais à mistura asfáltica encarece em até 30% o recapeamento, mas aumenta em até um terço a vida útil do pavimento. “Nas rodovias administradas pela Dersa, Autoban e Ecovias, já se utiliza asfalto acrescido de polímeros”, afirma. No Rio de Janeiro, o Aterro do Flamengo e as avenidas Atlântica e das Américas foram recapeados com asfalto misturado a borracha. Em São Paulo, apenas cinco ruas e avenidas têm pavimento desse tipo.