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Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)
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Teatro e algo mais na boca da Cia. Pessoal do Faroeste

Já falei aqui sobre o esforço louvável da Cia. Pessoal do Faroeste ao montar sua base na Rua do Triunfo, ali na região da Luz. Em meio aos remanescentes da Cracolândia, o grupo mantém com firmeza a Sede Luz do Faroeste. Em mais uma prova de resistência e na tentativa de atrair público para lá, […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 11h49 - Publicado em 25 nov 2012, 09h07

Quarta-feira: Paulo Faria e Graciana Magnani vivem um casal em “Meio Dia do Fim” (Foto: Lenise Pinheiro)

Já falei aqui sobre o esforço louvável da Cia. Pessoal do Faroeste ao montar sua base na Rua do Triunfo, ali na região da Luz. Em meio aos remanescentes da Cracolândia, o grupo mantém com firmeza a Sede Luz do Faroeste. Em mais uma prova de resistência e na tentativa de atrair público para lá, o grupo capitaneado pelo dramaturgo e diretor Paulo Faria dá início ao “Projeto Boca Livre” na terça (27). Serão apresentados shows musicais, debates, palestras, leituras dramáticas e filmes sempre de terças a domingos até 10 de fevereiro. A exceção fica entre a semana de Natal e Réveillon, claro.

Mas o prato a ser servido com mais constância, sim, é o teatro. Ciclo dentro do ciclo, a “Faroeste Mostra Quase Tudo na Boca do Lixo” reúne três peças da companhia, com sessões de quartas a domingos e ingressos na base do “pague quanto puder no fim do espetáculo”. Existe também a opção de reservar pelo telefone. Só que aí sai por R$ 40,00.

Confesso que ainda não assisti ao drama “Meio Dia do Fim”, que ganha cena nas quartas-feiras, às 21h30. Texto de Paulo Faria protagonizado pelo próprio e por Graciana Magnani, a trama mostra um casal de latifundiários que resolve se separar. Na hora de discutir a relação, a questão financeira vira a pauta e, imagino, que isso deve mexer com a cabeça dos dois, pois o prejuízo… A direção fica por conta do autor e de Beto Magnani.

Quinta-feira: Beto Magnani, Thais Aguiar e Juliana Fagundes protagonizam “Borboleta Azul” (Foto: Lenise Pinheiro)

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Nas quintas, às 21h30, é a vez de “Borboleta Azul”, um dos mais belos e delicados espetáculos desse ano. Ambientado em uma área rural do Brasil, o minimalista drama, escrito e dirigido por Faria, buscou elementos Albert Camus e Guimarães Rosa. Em cena, a amarga Cora (papel de Juliana Fagundes, em um desempenho que poderia ser lembrado nas listas de premiações) e a filha caçula (a atriz Thais Aguiar) comandam uma pensão às moscas. A chegada de um hóspede misterioso (o ator Beto Magnani) pode mudar a vida delas.

Produção alternativa com pinta de pop – afinal, lá está Mel Lisboa no elenco –, “Cine Camaleão, A Boca do Lixo” volta ao cartaz nas sextas e sábados, às 21h30, e aos domingos, às 19h30. Prefiro de longe “Borboleta Azul”, mas o espetáculo traça um interessante painel dos anos 70 inspirado na produção cinematográfica daquele tempo, que tinha na região do Bom Retiro, Luz e Santa Ifigênia o principal polo de trabalho e agitação. Mel interpreta uma cantora decidida a financiar um filme com a condição de protagonizar uma cena de sexo explícito e chama o cineasta Tony Reis (papel de Roberto Leite) para tocar a fita. Só que o cara tenta ser mais esperto que a popstar e, como diriam naquele tempo, dá o maior rolo.

Sexta a domingo: Roberto Leite e Mel Lisboa em “Cine Camaleão, A Boca do Lixo” (Foto: Rodrigo Reis)

O diretor e ator de cinema David Cardoso, o rei das pornochanchadas, se entusiasmou com a peça e as ideias do Pessoal do Faroeste. Algumas conversas para novos filmes estariam rolando. Pode se uma boa. Só não podemos deixar que um certo saudosismo domine a situação. Aqueles filmes faziam sentido – ou nos convenceram de que eles faziam sentido – naquela época, quando os milicos enxergavam subtexto até em folha de ofício em branco. Hoje, sei lá… É mais legal saber que aquela região serve de ponto de encontro para uma galera legal. Atrair mais e mais gente. E quem sabe ficar mais segura. Como um dia, lá bem atrás, a Cia. Os Satyros já fez com a Praça Roosevelt.

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