33 Variações
- Direção: Wolf Maya
- Duração: 140 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Mônica Santos
Duas histórias paralelas, em épocas diferentes, intercalam-se no drama 33 Variações, escrito pelo dramaturgo venezuelano Moisés Kaufman. Na Viena do século XIX, um editor de músicas chamado Anton Diabelli (André Dias) convida diversos compositores para criar variações de uma singela valsa de sua autoria. Ao longo de quatro anos, o genial Beethoven, personagem que o ator (e também diretor da peça) Wolf Maya materializa com uma desenvoltura notável, escreve não uma, mas mais de três dezenas de partituras. O resultado está em 33 Variações em Sol Maior Opus 120, uma de suas mais prestigiadas obras para piano. Entender o que teria levado o compositor alemão a tal empenho é a motivação de vida de Katherine Brandt, que mora na Nova York do século XX. A pesquisadora é interpretada com doçura por Nathalia Timberg, também a tradutora do texto. Executada ao vivo e de maneira impecável pela pianista Clara Sverner, a música de Beethoven assume a função de protagonista da narrativa, que se alterna entre passado e presente, e desvenda ainda outros dramas pessoais, a começar pelas doenças que atingem o compositor e a pesquisadora no auge da carreira — ele fica surdo e ela é diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica. Em papéis coadjuvantes, Lu Grimaldi, Flavia Pucci, Beto Schultz e Gustavo Engracia contribuem para o bom andamento da montagem, assim como o coro de vozes que entra no final, em um agradável encontro entre teatro e música erudita. Estreou em 9/9/2016. Até 11/12/2016.