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Biblioteca Mário de Andrade inaugura a primeira fase de sua reforma

Leitores de São Paulo terão acesso, a partir de 21 de julho, ao acervo da seção Circulante, dedicada ao empréstimo de livros

Por João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h43 - Publicado em 9 jul 2010, 19h04

Criada em 1926, a mais tradicional biblioteca pública da cidade vai voltar a receber visitantes. Está prevista para o próximo dia 21 a inauguração da seção Circulante da Mário de Andrade, o setor dedicado ao empréstimo de livros. Ao todo, 42 000 exemplares — de 36 000 títulos — poderão ser levados para casa, sendo 7 000 deles novinhos em folha. Há desde ‘Ulisses’, de James Joyce, até livros juvenis de temática vampiresca, como a série best-seller ‘Crepúsculo’, da americana Stephenie Meyer.

A expectativa é que ao menos 150 obras sejam retiradas por dia. “Nosso objetivo é formar e refinar o público”, diz Maria Christina de Almeida, diretora da instituição — que no total tem 3,3 milhões de itens, entre mapas, cartazes, panfletos e livros. “Penso assim: jovens ávidos por ler 800 páginas de ‘Harry Potter’ podem se debruçar sobre 200 de ‘Macunaíma’.”

Descontada a diferença de estilos, as obras terão algo em comum: um dispositivo antifurto, desses que apitam quando passam pelo portão de saída caso não tenham sido desmagnetizados. O método, igual ao existente nas grandes livrarias, deve diminuir furtos ao patrimônio público.

A Circulante vai ocupar parte do térreo do edifício — cuja área total é de 11 000 metros quadrados distribuídos em 22 andares —, projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon (1905-1962) e considerado um ícone do estilo art déco na cidade. Vai ficar onde antes da reforma estavam a sala de leitura e o acervo de referência. Ou seja, terá vista para a Rua da Consolação de um lado e para a Avenida São Luís e a Praça Dom José Gaspar do outro. Foi criado um mezanino, suspenso por uma estrutura de ferro, que vai receber novas estantes de livros. O ambiente ficou mais claro, com a instalação de modernas luminárias de luz branca indireta, e o piso de cimento deu lugar a um revestimento marmorizado.

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No que diz respeito à acessibilidade, o espaço ganhou um elevador para cadeirantes e portadores de necessidades especiais. Outra novidade é a criação da Sala Coleção São Paulo, cujo objetivo é reunir obras dedicadas à história da capital paulista. Há também um acervo de áudio com depoimento de 100 paulistanos outrora habitués do lugar, caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do jurista Rubens Ricupero. Criada em 1944, a seção Circulante nasceu com o intuito de emprestar livros à população. De lá para cá, ela fez jus ao nome. Além de seu endereço original, onde esteve até 1975 e para onde agora retorna, passou, entre outros, pela Praça Roosevelt e pela Rua Frei Caneca. 

Orçada em 16,3 milhões de reais, a reforma financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) era para ser finalizada em 2009. Por causa de atrasos, estima-se que esteja pronta no dia 25 de janeiro de 2011, quando São Paulo comemorará 457 anos.

As melhorias têm duas funções. A primeira é de caráter estrutural. Envolve o saneamento de problemas de infiltração, iluminação e segurança, entre outros. A outra diz respeito à revitalização da região central. “O horário de funcionamento será das 8h30 às 20h30”, diz Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura. “Assim, teremos gente circulando à noite por lá.” A restauração do Teatro Municipal e a construção da Praça das Artes, ambos previstos para 2011, são outros projetos capazes de ajudar a revigorar a região.

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Histórico das Letras

1926

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Criada a biblioteca, na Rua Sete de Abril, no centro, com acervo de 2 500 livros

1942

Inaugurado o prédio atual, na Rua da Consolação, 94

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1944

Aberta a seção Circulante, que permite empréstimos de títulos

2007

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O imóvel é fechado para reforma

2010

Finalizada a primeira etapa da revitalização, com custo total de 16,3 milhões de reais

 

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