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Maria Júlia Miele ajudou a humanizar as UTIs neonatais

Nutricionista também presta apoio às famílias nos hospitais

Por Tatiana Babadobulos
Atualizado em 5 dez 2016, 15h55 - Publicado em 7 jun 2013, 21h12

A nutricionista Maria Júlia Miele atravessava o oitavo mês de sua segunda gestação quando um exame detectou má-formação no coração do bebê. Assim que nasceu, em 2001, Sofia foi para a UTI da unidade Itaim do Hospital São Luiz. Nos dezesseis meses seguintes, passaria ainda pelo Incor e pelo Samaritano, enfrentando cinco cirurgias. Mas não resistiu.

Para ajudar a superar a perda, Maria Júlia recorreu a sessões de terapia. “Além disso, comecei a escrever o que sentia”, conta. O desabafo se transformou no livro Mãe de UTI — Amor Incondicional (Editora Terceiro Nome, 176 páginas, 34 reais), que vendeu 6 000 exemplares desde 2004. Nesse trabalho, ela tentou lidar com culpa e tristeza, o que serviu de conforto para outras pessoas. “Senti necessidade de conversar com quem estava na mesma situação.”

No dia do lançamento, Maria Júlia foi convidada a frequentar um curso sobre o empreendedorismo do terceiro setor, o que a inspirou a fundar o Instituto Abrace, em 2006. Sem sede física, a ONG não aceita doações em dinheiro e conta com a ajuda de voluntárias. Funciona como uma rede social, com troca de informações. No site é possível encontrar o manual Delicadezas da UTI, que se tornou referência para a humanização hospitalar, e a Cartilha das Mães de UTI, com dicas para tutores.

Esporadicamente, o grupo realiza ações presenciais, como no Dia dos Pais de 2007, quando distribuiu porta-retratos com fotos dos bebês internados a famílias de Sorocaba. “Nossa intenção é melhorar o ambiente nos hospitais”, diz. Após a criação do instituto, alguns locais flexibilizaram a rotina nas UTIs neonatais: o São Luiz, por exemplo, ampliou o horário de visita de quinze minutos para 24 horas.

No site também é possível contar histórias pessoais e dividir a dor, como foi o caso da publicitária Denise Crispim. Em 2005, suas gêmeas Sofia e Vitória nasceram prematuras e foram internadas. A segunda não sobreviveu. Ao deixar o hospital, ela assistiu a uma entrevista de Maria Júlia no programa Mais Você, de Ana Maria Braga, na Rede Globo, e procurou o Abrace. Hoje colabora com a ONG. “As pessoas levam a vida no piloto automático. Eu aprendi que é preciso olhar mais para os outros”, entende Maria Júlia.

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