Presidente de tribunal diz que abraços dados com amor “não pegam vírus”
Gisele Moraes fez declaração sobre o Covid-19 durante solenidade do TRT15
Uma declaração feita pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15), Gisela Moraes, repercutiu nas redes sociais nesta segunda-feira (23). Ao final de uma solenidade realizada no dia 11 de março, em Campinas, no interior paulista, a desembargadora inicia uma fala sobre a cerimônia, que homenageou personalidades, e menciona a pandemia do Covid-19.
“Esse ano fico mais feliz ainda [pela cerimônia]. Por mais que a gente tenha esse coronavírus aí, que está atrapalhando e vai atrapalhar um pouquinho ainda”, diz. “Hoje essa solenidade foi feita de aperto de mão, foi feita de beijo, foi feita de abraço. E quando a gente faz isso com amor, a gente não pega vírus. Agradeço a todos pela presença”, encerra ela, com aplausos ao fundo.
O momento repercutiu nas redes sociais: as medidas contra o coronavírus vão na contramão do que afirmou a desembargadora. As recomendações da Organização Mundial da Saúde afirmam que no momento a população deve evitar aglomerações e cumprimentos como apertos de mão e beijos: a doença é transmitida, por exemplo, pelo contato das gotículas de saliva e outras secreções do infectado com as mucosas dos demais.
Procurado, o TRT15 Região afirma que no trecho Gisela “ressalta a importância do amor e do afeto em tempo de pandemia”. A nota diz que o vídeo foi colocado “fora de contexto e deslocado no tempo” e “a mensagem não reflete os cuidados que a 15ª, em especial a presidente desta Corte, tem tomado para zelar pela saúde daqueles com quem nos relacionamos”.
A nota afirma que todas as audiências presenciais foram suspensas no tribunal. “Pedimos desculpas, caso a mensagem disseminada fora de contexto e após o transcurso do tempo leve informação que não contribua com os esforços de todos no combate ao coronavírus. Reforçamos, entretanto, que, em tempos de crise, seguiremos acreditando no amor, na solidariedade e na prestação jurisdicional de qualidade como forma de pacificação social”, finaliza o texto.