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Estado de São Paulo já têm falta de vacina contra sarampo

Para evitar desabastecimento, governo federal faz compra emergencial de mais doses

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 7 set 2019, 14h28 - Publicado em 7 set 2019, 14h27

Com o surto de sarampo no Estado de São Paulo e a crescente demanda por vacinas, o Ministério da Saúde não tem conseguido entregar quantidade de doses suficiente para abastecer os postos e algumas prefeituras paulistas já relatam falta do imunizante. A situação de iminente desabastecimento fez com que o governo federal pedisse ajuda à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a compra emergencial de 47 milhões de doses da tríplice viral no mercado internacional.

Segundo Carmem Silvia Guariente, diretora do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP), vários municípios do interior têm enfrentado falhas pontuais de fornecimento do imunizante. “Em Araçatuba, estamos há dois dias sem uma única dose da vacina, pois a demanda da população tem sido muito alta e já usamos todas que foram enviadas”, disse ontem. A previsão é de reposição até segunda. “Estamos recebendo periodicamente, mas em quantidade inferior à necessária”, diz Carmem, que é secretária no município do interior paulista. Em Araçatuba, foram confirmados três casos de sarampo.

Os últimos números do ministério sobre a quantidade de doses disponíveis refletem a baixa nos estoques estaduais. Dados referentes à situação do último dia 3 mostram que a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo tinha na ocasião apenas 23 000 doses disponíveis para distribuição aos municípios, o equivalente a 5% da média de doses enviadas mensalmente ao Estado pelo ministério.

A diretora de imunização da secretaria paulista, Helena Sato, confirmou que desabastecimentos pontuais podem ocorrer, mas afirmou que novas remessas estão chegando semanalmente. Ela afirma que o estoque estadual – que era de 23 000 doses no dia 3 – já subiu para 240 000 ontem e novo envio de mais de 1 milhão de vacinas será feito pelo ministério na próxima semana. “Temos em São Paulo mais de 5 000 salas de vacinação, então em algumas delas pode faltar, mas é rapidamente reposto.”

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Ela diz que, diante do quadro, o importante é que os municípios priorizem as ações de bloqueio vacinal (quando há vacinação de pessoas que tiveram contato com um caso suspeito) e sigam disponibilizando a imunização para quem não está protegido ainda. “Não há necessidade de correria porque quem mais precisa está sendo vacinado”, declarou.

Compra emergencial – Especialista em imunização da Opas, Lely Guzman confirmou que a organização recebeu do governo brasileiro pedido de compra de doses extras e disse que a instituição está se esforçando para atender. “Parte da remessa já foi enviada e está em processo de liberação pelas autoridades brasileiras. O restante esperamos conseguir enviar ainda neste ano”, declarou ela ontem (6), durante a 21ª Jornada Nacional de Imunizações, evento promovido em Fortaleza pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Questionado sobre a situação da compra emergencial, o ministério informou que já foram adquiridas 28,7 milhões de doses da tríplice viral pela Opas e que aguarda resposta em relação à compra de mais 18,7 milhões de doses. Para isso, diz a pasta, foram investidos cerca de R$ 325 milhões.

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Segundo o ministério, desde janeiro, foram entregues cerca de 8,8 milhões de doses da vacina contra sarampo para São Paulo, que corresponde a 6 milhões a mais que o quantitativo para a vacinação de rotina do Estado. “Para todo o País, foram distribuídas 18,4 milhões de doses, 8,3 milhões a mais do que a rotina. Assim, o governo federal tem mantido abastecido o estoque estadual.”

Em relação à falta do imunizante, disse que “os postos de saúde possuem capacidade limitada para guardar vacinas e faltas pontuais podem ocorrer entre a demanda aumenta de uma determinada região e logística local para reposição do produto. O Ministério da Saúde tem reforçado e reitera a orientação para que estados e municípios vacinem somente o público alvo, com o objetivo de garantir a proteção das pessoas mais vulneráveis ao sarampo”.

Conforme o ministério, tradicionalmente a compra da vacina tríplice viral é feita junto ao laboratório público Biomanguinhos, da Fiocruz, mas como a instituição produz tanto as vacinas de febre amarela quanto a de sarampo (e a demanda por ambas no País foi grande nos últimos anos), não foi possível suprir a demanda extra ocasionada por causa do surto de sarampo no País.

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Segundo a representante da Opas, as doses extras fornecidas por meio da parceria internacional são de fabricação dos laboratórios Serum Institute of India e MSD.

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