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Pit bull de Luize Altenhofen é agredido e caso vai parar na polícia

Cachorro foi foi atingido com uma barra de ferro na cabeça por um vizinho da apresentadora

Por Cristiane Bomfim [colaboraram Júlia Gouveia e Ricky Hiraoka]
Atualizado em 1 jun 2017, 17h52 - Publicado em 25 jan 2013, 10h55

Miss Brasil Internacional em 1998, estrela de comerciais e de programas esportivos na TV, a apresentadora Luize Altenhofen, de 33 anos, apareceu diversas vezes no noticiário de celebridades cercada por seus nove cães, todos da raça pit bull. Eles ficam espalhados nos quatro imóveis que possui. Três moram com ela e a filha de 3 anos em uma casa no Butantã. Por volta das 11 horas do último sábado (19), um desses animais provocou pânico no bairro.

Segundo um dos vizinhos, o dentista Eudes Gondim Júnior, o bicho escapou do portão da residência e avançou em direção a ele, sua mulher e a filha de 8 anos. Assustado, o dentista reagiu, batendo por duas vezes com uma barra de ferro na cabeça do cachorro. Ele diz que o cão teve convulsões. A polícia foi chamada e o levou a um hospital veterinário. Era apenas o início da confusão.

Às 22 horas do mesmo dia, a família de Gondim estava vendo TV em casa quando ouviu um estrondo. O barulho havia sido provocado por uma caminhonete Amarok, da Volkswagen, que arrebentou e atravessou o portão. “Essa maluca começou a nos xingar e dizer que eu sou um assassino”, conta o dentista, referindo-se a Luize. “Quando dirigia o carro, ainda estava muito abalada com o que havia acontecido com meu cachorro”, defende-se a apresentadora. “Meu pé escorregou no acelerador durante uma manobra e arrebentei o portão sem querer.”

O caso resultou em dois boletins de ocorrência, ambos registrados por Gondim (um referente ao ataque do animal e o outro sobre o acidente com o veículo). Até a última quarta (23), o pit bull (Ring, de 8 anos) permanecia no hospital veterinário. Devido a sequelas do traumatismo craniano, corria o risco de ser sacrificado. Ao longo da semana, acusações de ambos os lados e promessas de processos esquentaram ainda mais o clima.

O dentista diz que vai abrir duas ações contra a apresentadora, por dano ao patrimônio e danos morais. “Vou levá-lo à Justiça por maus-tratos aos bichos”, devolve Luize. “Esse sujeito já tinha prometido matar o Ring porque não gosta dessa raça, por puro preconceito.” Para testemunhar em seu favor, ela escalou o jardineiro Manoel Nunes do Carmo, que passeia comos cães às segundas-feiras. “É um bichinho muito calmo”, assegura ele.

Outros moradores e pessoas que trabalham na vizinhança têm uma impressão bem diferente sobre o comportamento de Ring. Seis deles disseram que era comum ver o pit bull irresponsavelmente solto pela rua, sem corrente nem focinheira, o que causa pânico justificável — com força de 200 quilos na mandíbula, um exemplar dessa raça pode imobilizar e matar uma pessoa.

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carro da apresentadora luize altenhofen
carro da apresentadora luize altenhofen ()

Em fevereiro do ano passado, o então vigilante da área Francisco José Araújo teve o pé direito mordido por Ring enquanto caminhava. “Ele saiu correndo atrás de mim e só me soltou depois que dei um chute”, conta. O gerente comercial Waldemar Constantino Júnior recorda-se de três situações de aperto. Em uma delas, conseguiu fechar o portão antes de ser abocanhado. “As pessoas estão com medo de sair por aí”, afirma.

Conforme lei estadual que entrou em vigor em 2003, cães das raças pit bull, mastim-napolitano, rottweiler e american staffordshire terrier não podem circular em vias públicas sem uso de coleira, enforcador e guia curta, com corrente de no máximo 2 metros. A penalidade para o descumprimento é uma multa de 193,70 reais, que deve ser aplicada pela Vigilância Sanitária.

O baixo valor e a falta de fiscalização transformaram a regra em letra morta. Só o Hospital das Clínicas realizou, no ano passado, 99 atendimentos de vítimas de cães (em 2011, foram 127 casos). Em um deles, devido ao ataque de um pit bull, um garoto de 2 anos precisou ter o rosto reconstruído. A história do Butantã poderia ter tido o mesmo final trágico.

COLEIRA CURTA

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As responsabilidades do dono de pets de raça feroz

O QUE DIZ A LEI: donos de pit bull, rottweiler, mastim-napolitano ou american staffordshire terrier só podem conduzi-los em vias públicas se os animais estiverem com coleira, enforcador e guia curta. No caso de espaço fechado ou com aglomerações, o cachorro precisará usar focinheira.

PUNIÇÃO: quem não cumprir a lei terá de pagar multa de 193,70 reais — se o dono for reincidente, o valor será dobrado. A recomendação é chamar a polícia para uma ação imediata, mas a multa é aplicada apenas pela Vigilância Sanitária.

NÚMERO DE ATAQUES: segundo dados do Hospital das Clínicas, 99 pacientes foram ali atendidos após ataques de cães no ano passado. Em 2011, o número chegou a 127.

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