O número do dia é… 13%
O mesmo percentual se refere ao reajuste que a Sabesp deve fazer na conta da água e ao aumento de salário pretendido pelos diretores da Petrobras
Petrobras e Sabesp são estatais que estão no olho do furacão de duas crises. Uma viu ser dissecado um esquema de corrupção que usava o dinheiro cobrado em propinas para abastecer o caixa de partidos e de executivos da empresa. Já a companhia de abastecimento é cobrada pelas dificuldades em levar água para os habitantes de São Paulo. Em comum, as duas estão no noticiário desta terça-feira (31) com notícias sobre reajuste. A petroleira pediu que acionistas aprovem reajuste de 13% para os seus chefes. Já a empresa que opera no Estado de São Paulo conseguiu aprovar aumento de 13,8% na conta de água. Entenda os aumentos:
Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) autorizou na segunda-feira (30) aumento de 13,8% nas contas de água e esgoto da Sabesp – maior aumento desde 2003. A estatal havia pedido uma revisão extraordinária da tarifa ao órgão no início deste mês alegando “risco ao equilíbrio econômico-financeiro” por causa dos prejuízos provocados pela crise hídrica no Estado.
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Segundo a Arsesp, foi autorizado reajuste de 6,3% na fatura da Sabesp para repor o aumento com as despesas com a energia elétrica e com a queda do consumo de água na Grande São Paulo em decorrência da crise, além de 7% de correção inflacionária acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A agência usa também outros fatores econômicos para chegar ao índice definido.
A Sabesp aumentou a conta de água pela última vez em dezembro do ano passado (6,49%). O reajuste seria aplicado em abril, mas foi adiado para o fim do ano, após o período eleitoral. Na campanha, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu a reeleição.
A maior estatal brasileira, que enfrenta a maior crise de sua história, pede que os acionistas aprovem reajuste de 13% para os executivos. No último ano, no curso das investigações da Operação Lava Jato, vários diretores da empresa foram demitidos por suspeitas de corrupção.
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A remuneração média dos oito diretores deve subir de 2,2 milhões de reais para 2,5 milhões de reais, contando remuneração fixa, participação em resultados e outros benefícios. O bônus por desempenho, que foram pagos no ano passado, acabaram excluídos da proposta deste ano. A decisão sobre o reajuste acontece no dia 29 de abril, em assembleia dos acionistas. A Petrobras diz o pedido de aumento contempla inflação de 8,09% prevista pelo Banco Central para este ano.