Filha acusada participar de assassinato dos pais é absolvida
Roberta Tafner e o marido, Willians de Sousa, foram inocentados de crime ocorrido em Alphaville por falta de provas
Em dezembro de 2010, Roberta Tafner e seu marido, Willians de Sousa, foram acusados de participar do assassinato dos pais dela a facadas, Wilson Tafner e Tereza Cobra, em Alphaville, região da Grande São Paulo. Seis anos depois, os dois foram absolvidos em julgamento na última quarta (18) por falta de provas.
Na época, o casal foi detido depois que laudos do Instituto de Criminalística de Osasco revelaram que o sangue da amostra colhida no banheiro de sua casa era compatível com o de Tereza, mãe de Roberta. Esse mesmo material foi encontrado em outros quinze pontos entre a residência das vítimas e a dos acusados.
As evidências se mostraram suficientes para que um mandado de prisão fosse emitido. Após cerca de dois anos, pediu-se um habeas corpus que acabou negado. Porém, por falta de provas, eles acabaram saindo da cadeia.
“Nossa família está sem chão”, afirma Regina Inamo, irmã de Wilson. “Não concordamos de jeito nenhum com o resultado do julgamento e não temos mais como recorrer da decisão. Eles foram presos com provas suficientes para acusá-los. Ficaram presos por dois anos, saíram e com certeza encontraram brechas na lei.”
Na madrugada de 2 de outubro de 2010, o casal Wilson Tafner e Tereza Cobra estava se preparando para dormir quando foi surpreendido por um criminoso. Munido de uma faca, o assassino desferiu 26 estocadas nas vítimas, todas na cabeça e no rosto. Como em determinado momento o cabo da arma se soltou, o criminoso foi até a cozinha, abriu o gaveteiro das facas, pegou outra e concluiu a empreitada.
“Saber onde estavam os talheres, além do fato de os cachorros não terem latido, indica que o autor conhecia as vítimas”, afirmou Marcos Velloza, chefe de investigação na época. “E a barbaridade dos golpes revela ódio e vingança.” A apenas 65 metros desse cenário de horror ficava a casa de Roberta e Sousa. Tratava-se de uma residência ampla, com piscina, que os pais tinham cedido para a filha, casada há um ano, e o marido.
Sousa, marido de Roberta, não trabalhava no momento do crime. Já a esposa era advogada como a mãe e foi demitida, três meses antes da tragédia, do escritório de Tereza por suspeita de desfalque. A relação entre mãe e filha vinha se deteriorando desde o casamento, realizado em comunhão de bens, contra a vontade da matriarca.
De acordo com testemunhas, Roberta e Sousa pressionavam os pais dela para que passassem a casa onde moravam para o nome dos dois e cedessem 30% da empresa paterna. Wilson Tafner teria deixado seguros de vida, que totalizavam 1 milhão de reais. Filha única do casal, Roberta tem apenas um irmão por parte de mãe, Maurício, com quem era brigada.