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IMS inaugura obra do americano Richard Serra neste sábado (23)

A primeira escultura pública do americano será Echo

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 fev 2019, 13h09 - Publicado em 22 fev 2019, 06h00

A primeira escultura pública do americano Richard Serra no Brasil será inaugurada neste sábado (23), no coração de São Paulo: a Avenida Paulista. Nos fundos do Instituto Moreira Salles, o artista, de 79 anos, que estudou na Universidade Yale e faz parte do panteão dos artistas contemporâneos mais importantes do século, afixou Echo. Trata-se de duas placas de aço com dimensões poderosas: cada uma tem 18,6 metros de altura e 3,05 metros de largura. “Esse projeto vem evoluindo nos últimos quatro anos. Sua localização em relação à cidade, circulação e verticalidade foi uma consideração importante na concepção. Mesmo que cada placa pese 70 toneladas, o trabalho tem um impulso para cima que faz com que ele pareça mais leve do que a sua massa”, disse em entrevista a VEJA SÃO PAULO o autor afeito a peças de peso com processos de instalação quase sempre epopeicos.

Richard Serra: “Em vez de uma reverberação sonora, a escultura é uma reverberação visual” (Cristiano Mascaro/Divulgação)

Depois de concluída a produção em uma aciaria em Châteauneuf, na França, em 2016, as gigantonas viajaram de caminhão para Mannheim, na Alemanha, onde receberam ajustes técnicos, e depois para o porto de Antuérpia, na Bélgica, para embarcar no navio com destino a Santos. Depois de subirem a serra, as placas ficaram guardadas até o dia 1º deste mês, quando a cidade parou para que elas fossem transportadas. Deitadas sobre uma máquina autopropelida (na visão de um leigo, uma espécie de caminhão sem boleia), elas saíram às 22h30 da Praça Charles Miller, no bairro do Pacaembu, e só depois de uma hora e quinze minutos chegaram ao destino.

A operação delicada envolveu mais de trinta pessoas, entre técnicos, engenheiros e funcionários da CET, de acordo com Jânio Gomes, coordenador executivo financeiro do IMS. Até a Secretaria de Desenvolvimento Social, sediada na Rua Bela Cintra, entrou na jogada e permitiu que seu muro fosse demolido para facilitar o acesso à área atrás do restaurante Balaio, do chef Rodrigo Oliveira. Para apreciar a nova obra de arte não será preciso pagar ingresso, mas os visitantes já acostumados a subir as escadas rolantes direto para o mirante terão de criar um novo percurso e passar também pelo fundo do piso térreo. “Richard Serra transforma as relações que nós temos com o espaço e com a cidade, a ponto de incomodar”, sublinha o curador Cauê Alves, que participa, na abertura, de um debate com Iole de Freitas, Lorenzo Mammì e Sônia Salztein, às 11 horas.

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Peça Echo vista da área perto do café, no 5º andar (Carlos Alkmin/Divulgação)

Nos anos 70, Serra criou uma espécie de zigue-zague com seis paredões de concreto em um vale na cidade de King City, no Canadá. A delimitação do trabalho tinha relação com a distância máxima a que duas pessoas podiam estar sem se perder de vista. Em Nova York, na Federal Plaza, instalou o Tilted Arc no começo dos anos 80. A estrutura, com 3,7 metros de altura e 36,3 metros de extensão, partiu o espaço, dividiu opiniões e foi removida. Os detratores o acusavam de limitar a área para pedestres, além de estimular o acúmulo de lixo e criminalidade. Por aqui, as torres de aço devem causar um efeito mais sutil — mas ainda assim interessante. Num primeiro momento, elas parecem ter a mesma inclinação. Com um olhar mais atento, é possível notar uma pequena diferença na colocação. “Essa ligeira alteração causa uma agitação em como você tenta mentalmente organizar o que está olhando. Em vez de uma reverberação sonora, a escultura é uma reverberação visual”, explica Serra.

> Instituto Moreira Salles. Avenida Paulista, 2424, ☎ 2842-9120, Metrô Consolação. Grátis.

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